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Manifestantes do Movimento de Resistência Nacional bloqueiam rodovia ao norte da capital de Honduras, na cidade de São Pedro Sula | Orlando Sierra / AFP Photo
Manifestantes do Movimento de Resistência Nacional bloqueiam rodovia ao norte da capital de Honduras, na cidade de São Pedro Sula| Foto: Orlando Sierra / AFP Photo

Os esforços diplomáticos para resolver a crise de Honduras, depois do golpe de Estado do mês passado, fracassaram nesta sexta-feira (10) depois que aliados do presidente deposto prometeram que ele vai retornar ao poder, enquanto o governo interino não mudou de posição.

O presidente deposto, Manuel Zelaya, intensificou na sexta-feira uma campanha para reunir apoio internacional para seu retorno ao cargo. Um de seus partidários mais declarados, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que Zelaya iria retornar para o país "por quaisquer meios".

Zelaya e o homem colocado em seu lugar pelo golpe de 28 de junho, Roberto Micheletti, não chegaram a um acordo nem mesmo se encontraram pessoalmente nas conversações para mediação da crise, realizadas na quinta-feira na Costa Rica.

Eles deixaram em seu lugar delegados para tentar fazer o diálogo avançar, mas parece ter havido pouco progresso nesta sexta-feira e as esperanças de uma rápida solução da crise parecem desvanecer-se.

Chávez, o inflamado líder venezuelano, declarou as conversações da Costa Rica "mortas antes de começarem". Ele pediu um embargo comercial total a Honduras.

Falando em Caracas, Chávez também criticou o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ter produzido as conversações mediadas pelo presidente da Costa Rica, dizendo que não pode haver negociações com "um usurpador" em Honduras.

Os comentários de Chávez pareciam prestes a reacender os temores de que ele e outros países aliados esquerdistas de Zelaya, como Cuba e Nicarágua, possam procurar ajudar o presidente deposto a retomar o cargo pela força ou por uma insurreição popular.

Zelaya fez uma tentativa malsucedida de voltar a Honduras no domingo, com o apoio de Chávez, e tem sido aconselhado pelos EUA a negociar em vez de tentar forçar novamente seu retorno. Ele diz que está se empenhando em "métodos pacíficos, não-violentos" para retomar o posto.

O presidente deposto não quis revelar que outras ações planeja tomar, dizendo: "Não vou mais revelar minhas estratégias para a imprensa". Mas ao contrário de Chávez, Zelaya derramou elogios ao governo de Obama.

Ele fez as declarações na República Dominicana e deve viajar para a Guatemala no sábado, antes de retornar a Washington.

"Muita intransigência" Zelaya, cuja posição conta com o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA), EUA e ONU, diz que somente sua volta ao poder poderá pôr fim à crise no país. Honduras é uma das nações mais pobres da América e tem como base de sua economia a exportação de café e têxteis.

Micheletti foi nomeado pelo Congresso depois do golpe e diz que a remoção de Zelaya foi legal porque ele violou a Constituição ao tentar alterar o limite do mandato presidencial. Em Honduras, o presidente só pode ser eleito para um mandato, de quatro anos. Micheletti afirma que se Zelaya voltar ao país terá de enfrentar a Justiça.

"A verdade é que há muita intransigência dos dois lados", disse o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a uma rádio no Chile nesta sexta-feira.

Uma pesquisa CID-Gallup publicada pela mídia em Honduras na quinta-feira mostrou que 41% dos hondurenhos acham que a destituição de Zelaya foi justificada enquanto 28% se opõem ao golpe.

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