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Pediatras argentinos foram pegos “de surpresa” com decisão de vacina em crianças
| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

Membros da Sociedade Argentina de Pediatria (SAP) se disseram surpresos com a decisão tomada pelo governo de vacinar crianças de três a 11 anos de idade contra a Covid-19 com o imunizante chinês Sinopharm. O anúncio foi feito na sexta-feira (1) pela ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, depois que a agência reguladora local deu o aval para o uso pediátrico da vacina.

O presidente da SAP, Omar Tabacco, afirmou que a expectativa da organização é ter acesso o mais rápido possível às evidências científicas que balizaram a decisão da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat) – o equivalente argentino da Anvisa – de liberar o uso emergencial da vacina da Sinopharm.

“Ainda não dispomos dos resultados desses ensaios clínicos. No meu entendimento, parece que a decisão se baseou em informações divulgadas pela Sinopharm, mas como esses dados ainda não foram apresentados à Comissão Nacional de Imunização, ainda não tivemos acesso”, explicou o médico.

“Fomos pegos de surpresa. Não fomos previamente informados nem consultados. Sabemos que a Sinopharm está sendo aplicada em crianças pequenas na China e em outros países do sudeste asiático. Sabemos que há dados publicados de pesquisas na fase 1 e na fase 2, mas ainda não há nenhuma publicação com dados sólidos sobre a fase 3, e é isto que estamos esperando”, declarou a médica infectologista e membro da SAP Elizabeth Patricia Bogdanowicz.

A SAP publicou em seu perfil em uma rede social um comunicado no qual defende a vacinação de crianças menores de 12 anos, desde que seja feita com vacinas seguras, como uma ferramenta de proteção para a própria saúde das crianças, por serem indivíduos vulneráveis. A organização também reforça a importância da vacina na diminuição da circulação viral e como fator de garantia da presença das crianças nas escolas.

Neste processo de imunização, a sociedade sugere que as vacinas sejam aplicadas primeiro nos grupos prioritários, de crianças com comorbidades, como foi feito em outras faixas etárias. Por fim, a SAP reforça o pedido de acesso aos dados científicos usados pelas autoridades do governo no processo de autorização emergencial do uso da Sinopharm em crianças.

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