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Metal precioso

Como megarreserva de ouro descoberta na China pode tensionar a economia mundial

Moedas de ouro em cima de uma superfície preta.
A descoberta de uma megarreserva de ouro por parte dos chineses, pode influenciar na economia mundial. (Foto: EFE)

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O recente anúncio de que a China teria descoberto em uma de suas províncias o que talvez seja a maior reserva de ouro da história da humanidade pode ser um bom respiro para Pequim na atual guerra comercial com os Estados Unidos – e uma dor de cabeça para outros países desenvolvidos.

Em novembro do ano passado, o regime chinês disse ter descoberto uma “megarreserva” de ouro em Wangu, na província de Hunan, com depósitos avaliados em US$83 bilhões, o equivalente a R$483 bilhões.

Em meio à atual guerra tarifária com Trump, a boa notícia para Pequim, se confirmada, pode reforçar suas recentes políticas econômicas, que buscam diminuir a dependência do dólar americano em transações comerciais, e também surge em um momento em que a China tem dificuldades de suprir sua enorme demanda interna por ouro.

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Apesar de ser a maior produtora do metal, responsável por quase 10% do abastecimento mundial, a China consome quase três vezes mais do que é capaz de extrair. Em 2023, o país produziu 370 toneladas do metal precioso.

O timing parece ainda mais perfeito para os chineses que viram na compra do ouro a alternativa ideal de investimento após a crise imobiliária que assolou o país nos últimos anos.

De acordo com o Conselho Mundial do Ouro, a China foi o país que mais comprou o material entre todas as nações em 2024, calculando as compras em cerca de 225 toneladas métricas.

Barras de ouro empilhadas, com números na base.Megarreserva de ouro, supostamente descoberta em território chinês, pode contribuir para comércio na China. (Foto: FRANK RUMPENHORST | EFE)

Mas a recém-descoberta megarreserva chinesa e seu provável novo posicionamento macroeconômico podem acender o sinal de alerta para investidores e até mesmo para outros países desenvolvidos, que possuem boa parte de suas reservas em ouro.

A maior oferta no mercado internacional, caso os números divulgados por Pequim sejam confirmados, pode despencar os preços do metal e desvalorizar os Tesouros pelo mundo, em um momento em que tensões geopolíticas têm incentivado nações a aumentar suas reservas para se proteger da instabilidade econômica.

A Rússia, por exemplo, foi outro país a investir pesado na compra de ouro em vez do dólar americano.

O país, em guerra com a Ucrânia desde 2022, com o intuito de se proteger de possíveis sanções dos EUA devido ao confronto, buscou se desvencilhar de sua reserva da moeda americana - diminuindo-a de 40%, em 2018, para 16% em apenas quatro anos.

Os americanos, por sua vez, ainda são os maiores detentores de ouro, com cerca de 8 mil toneladas do metal precioso em suas reservas, seguidos por Alemanha (3 mil toneladas), Itália (2,4 mil toneladas), França (2,4 mil toneladas), Rússia (2,3 mil toneladas) e China (2,2 mil toneladas).

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