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Memória de condessa “sangrenta” segue viva

Vilarejo na Eslováquia restaura as ruínas do castelo de uma das maiores assassinas em série da História, morta há 400 anos

 | Radovan Bahna/Creative Commons
(Foto: Radovan Bahna/Creative Commons)
Ruínas do castelo de Cachtice (no alto e acima), lar de Isabel Bathory, foram restauradas para atrair turistas |

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Ruínas do castelo de Cachtice (no alto e acima), lar de Isabel Bathory, foram restauradas para atrair turistas

Placa indica o caminho até o castelo, na região de Bratislava |

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Placa indica o caminho até o castelo, na região de Bratislava

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Mito e história se confundem na figura de Isabel Bathory (1560-1614), a chamada "condessa sangrenta" que teria torturado centenas de jovens entre os séculos 16 e 17. A morte dela completa quatro séculos neste ano e é lembrada pela comunidade de Cachtice, a 100 quilômetros de Bratislava, na Eslováquia, local das ruínas do castelo que foi habitado por Isabel e onde ela morreu, numa espécie de "prisão domiciliar" da época.

A vida e os crimes da condessa inspiraram histórias no cinema e na literatura. Hoje, há especialistas que veem nela o modelo usado pelo autor irlandês Bram Stoker (1847-1912) para criar o conde Drácula, no livro homônimo. A atriz francesa Julie Delpy produziu e protagonizou o filme mais recente a falar de Bathory: A Condessa (2009).

A condessa viveu, torturou e morreu no castelo de Cachtice, 100 quilômetros ao nordeste de Bratislava, hoje capital da Eslováquia e então uma cidade húngara.

As ruínas da fortaleza foram restauradas por ocasião do quarto centenário da morte de uma das maiores assassinas em série da História. A ideia é atrair turistas a uma área pouco habituada a visitantes.

"A figura de Bathory é, sem dúvida, um dos principais atrativos da região", explicou Miroslav Dobias, um morador de Cachtice que tenta popularizar a personagem por meio de uma página na internet (bathory.sk). "Não consideramos o caso da condessa como algo vergonhoso, mas como uma realidade histórica. Não nos gera nenhum complexo", disse.

Isabel Bathory nasceu em uma das famílias húngaras mais poderosas da época. Os pais dela eram parentes, algo comum entre os nobres de então, uma consanguinidade que poderia ter sido a origem dos ataques de fúria que sofria, talvez causados pela epilepsia, e da crueldade que a tornou tão famosa.

Durante décadas, Bathory sequestrou e torturou até a morte centenas de aldeãs, em ritos considerados "satânicos" por alguns. Uma das histórias conta que a condessa se banhava no sangue das vítimas porque acreditava que assim conseguiria se manter jovem.

Crueldades envolveram jovens da nobreza

Após a morte do marido em 1604, a condessa começou a passar mais tempo no castelo de Cachtice e os atos de crueldade se multiplicaram — passando a envolver meninas da nobreza.

Se o desaparecimento de camponesas não tinha causado impacto na corte, as queixas de famílias aristocráticas fizeram com que o rei húngaro Matias II ordenasse a detenção da condessa.

Em dezembro de 1610 os homens do imperador descobriram no castelo vários cadáveres e mulheres moribundas ou esperando nas masmorras para serem torturadas. O julgamento foi rápido e contundente.

Vários serventes da condessa foram interrogados sob tortura, sentenciados por bruxaria e decapitados ou queimados vivos.

O berço de ouro de Bathory a poupou de ser julgada, e ela nem sequer presenciou o processo, mas não se livrou de um castigo.

Três anos

Em 1611, a condessa foi encarcerada nos próprios aposentos, que ficaram selados, apenas com pequenas aberturas para ventilação e para receber comida.

Ela morreu três anos mais tarde, em agosto de 1614, e os restos dela foram levados para Ecsed, terra natal da condessa.

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