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O número de pessoas que precisam de ajuda humanitária na Somália aumentou 17,5 por cento em um ano, passando a 3,76 milhões, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira.

A cifra representa metade da população do país, situado na região conhecida como o Chifre da África.

O relatório da entidade Análise sobre Nutrição e Segurança Alimentar (FSNAU, na sigla em inglês) diz que três quartos das pessoas necessitadas se concentram nas regiões centro e sul do país, onde os combates entre o governo e os insurgentes são mais pesados e às quais os trabalhadores de entidades assistencialistas têm dificuldade para chegar.

Combinada com a crescente violência, a intensificação da crise humanitária vai alimentar os temores de que o caos na Somália pode se espalhar além de sua fronteira.

Cindy Holleman, conselheira-chefe da FSNAU, disse à Reuters que o crescimento do número de pessoas que precisam de ajuda --eram 3,2 milhões em agosto de 2008-- mostra uma grave deterioração na situação de nutrição e segurança alimentar.

"Mais preocupante é que a escalada dos combates e do conflito ocorre nas mesmas áreas onde temos agora os maiores problemas de acesso a alimentos e de subnutrição," disse ela.

"Isso não apenas vai sobrecarregar pessoas que já vivem a crise, mas também tornará difícil fazer com que a ajuda humanitária chegue às populações vulneráveis que mais precisam de ajuda e de intervenções para salvar suas vidas."

A violência matou 18.000 somalis desde o início de 2007 e desalojou mais de 1 milhão de pessoas de suas casas.

A FSNAU, criada pela entidade da ONU para alimentação e agricultura, a FAO, para suprir as agências humanitárias de informações confiáveis sobre a Somália, disse que uma em cada cinco crianças está agora com subnutrição aguda e uma em cada 20 está severamente subnutrida.

Essas taxas estão entre as mais altas do mundo.

Entre os que precisam de ajuda estão 1,4 milhão de pessoas do meio rural afetadas por uma seca severa, 655.000 pobres de áreas urbanas que não têm como pagar o elevado preço dos alimentos, e mais de 1,42 milhão de pessoas deslocadas internamente por causa dos conflitos.

O número de deslocados aumentou 40 por cento em apenas seis meses.

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