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O presidente argentino, Javier Milei, mudou o tom na reivindicação histórica do país sobre as Ilhas Malvinas e disse nesta quarta-feira (2) que a Argentina precisa se desenvolver para que os habitantes do arquipélago queiram ser vinculados politicamente a Buenos Aires.
Segundo informações do jornal Clarín, Milei falou sobre o assunto em uma cerimônia em frente ao monumento aos mortos na Guerra das Malvinas, na Plaza San Martín, em Buenos Aires.
“Quando se trata da soberania sobre as Ilhas Malvinas, sempre deixamos claro que o voto mais importante de todos é aquele dado com nossos pés. Esperamos que o povo das Malvinas um dia decida votar em nós com seus pés”, afirmou o presidente.
“É por isso que buscamos fazer da Argentina uma potência tal que eles prefiram ser argentinos, e que a dissuasão ou a persuasão nem sejam necessárias para conseguir isso”, disse Milei.
A disputa entre argentinos e britânicos pelo arquipélago levou à Guerra das Malvinas, em 1982.
Antes do pronunciamento desta quarta-feira, Milei, a exemplo dos seus antecessores peronistas, vinha cobrando a soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago.
Em setembro do ano passado, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Milei acusou as Nações Unidas de não cumprirem “a sua missão de defender a soberania territorial dos seus membros, como nós, argentinos, sabemos em primeira mão em relação às Ilhas Malvinas”.
Meses antes, quando foi anunciada a construção de uma base naval conjunta com os Estados Unidos na província da Terra do Fogo, no extremo sul do país, Milei disse que seria “o primeiro passo para começar a pensar na recuperação das Malvinas”.
Em um referendo realizado em 2013 com habitantes das Malvinas, 99,8% dos moradores do arquipélago disseram que preferiam que este mantivesse o status de território ultramarino britânico.







