O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, rompeu na segunda-feira com seu partido, o Trabalhista, rachando o movimento de centro-esquerda, antes dominante, numa iniciativa que pode reforçar politicamente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Barak, que continua no comando da pasta da Defesa, enfrentava desafios a sua liderança e pressões no interior do Partido Trabalhista, membro da coalizão governista, para que persuadisse Netanyahu a acelerar um acordo de paz com os palestinos.
Parece provável que sua saída do partido anule parte dessas pressões e reforce o núcleo de centro-direita do governo de Netanyahu.
Sua saída marginaliza ainda mais o partido que dominou Israel durante boa parte da história do país, mas viu sua base de apoio se enfraquecer nos últimos dez anos devido ao fracasso do processo de paz lançado nos anos 1990 pelos líderes trabalhistas Yitzhak Rabin e Shimon Peres.
Barak foi o último primeiro-ministro trabalhista, entre 1999 e 2001, mas foi afastado pelo voto depois de não conseguir fechar um acordo de paz com os palestinos. Sua decisão de entrar para o governo de direita de Netanyahu desagradou a muitos de seus partidários trabalhistas.
Em coletiva de imprensa na qual anunciou que ele e quatro dos 13 parlamentares do partido vão formar uma nova facção, a Independente, Barak disse que enfrentou uma "briga incessante" no interior do partido e assistiu ao desvio contínuo deste "cada vez mais para a esquerda".
Em carta ao Partido Trabalhista, o vice de Barak, Matan Vilnai, que deixou o partido com ele, disse que a iniciativa possibilitará ao governo buscar a paz "sem cronômetro".
Após o anúncio de Barak, o ministro do Bem-Estar, o trabalhista Isaac Herzog, renunciou a seu cargo no gabinete e disse estar certo de que os membros trabalhistas do governo ainda remanescentes farão o mesmo.
"O Partido Trabalhista, que fundou o Estado de Israel e suas instituições, livrou-se hoje de uma corcunda sobre suas costas", disse Herzog em coletiva de imprensa, referindo-se a Barak.
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