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O ministro nacional da Segurança da Argentina, Sergio Berni, disse que não descarta a hipótese de sabotagem no acidente de trem que deixou 105 feridos no sábado, em Buenos Aires.

Foi o segundo acidente na estação Once em menos de dois anos. No anterior, em fevereiro de 2012, 52 pessoas morreram.

"Antes das eleições sempre acontecem coisas que deixam dúvidas", afirmou Berni ontem a uma rádio. No próximo domingo (27), a Argentina irá às urnas renovar a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.

"Não descarto nada, mas essa é uma resposta que escapa do nosso conhecimento, é uma tarefa que o juiz que está a cargo da investigação deve elucidar", respondeu o ministro ao ser questionado se acreditava em sabotagem.

Juliana Di Tullio, candidata a deputada pela Província de Buenos Aires pela coligação governista Frente para a Vitória, também levantou a suspeita de sabotagem. "Por que uma vez mais é o [trem] Sarmento, por que tão próximo da eleição e na mesma plataforma?", disse. Em junho, um acidente na estação de Castelar, na mesma linha, deixou três mortos. "É a única linha em que houve três acidentes em tão pouco tempo, alguma coisa acontece."

As suspeitas do governo aumentaram depois que o disco de memória da câmera de segurança da cabine de comando do trem foi encontrado na mochila do maquinista. O condutor Julío Benitez, que teve alta do hospital hoje, será interrogado pelas autoridades sobre esse fato. O trem estava a 22 km/hora, o dobro da velocidade permitida, quando se chocou contra o muro de contenção da estação Once.

O sindicato de ferroviários La Fraternidad rechaçou as acusações e disse que o cartão de memória pode ter sido "plantado" na mochila do maquinista. "Plantar a evidência é uma coisa normal em tanta administração corrupta", disse Horacio Caminos, presidente da agremiação.

Caminos também declarou que, por enquanto, não está programada uma paralisação do serviço de trens em protesto contra a má condição das linhas.

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