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Ministros das Relações Exteriores da União Européia (UE) se desentenderam, na terça-feira, durante uma reunião de emergência para decidir se o bloco deve pedir um cessar-fogo imediato entre Israel e os guerrilheiros do Hezbollah, no Líbano.

O esboço de uma declaração, circulado pela presidência finlandesa da UE quando os ministros do bloco de 25 países iniciaram a reunião de crise, dizia: "O Conselho pede um cessar-fogo imediato".

O texto provisório também advertiu sobre violações das leis humanitárias cometidas na guerra iniciada há três semanas, sem citar um dos lados como perpetrador, e disse que uma solução política é condição prévia para o envio de uma força internacional de manutenção da paz.

Mas um representante britânico disse que o texto, apresentado aos ministros sem a realização de consultas prévias entre diplomatas da UE, é inaceitável. Falando sob condição de anonimato, ele disse:

- Como está no momento, não existe maneira de podermos aceitar esta conclusão.

Diplomatas disseram que França, Suécia, Espanha e Grécia apoiaram o texto provisório, mas que Grã-Bretanha, República Tcheca e Polônia queriam uma formulação alternativa que pedisse o cessar das hostilidades.

Elas também fizeram objeção a uma frase que avisa que "o descaso com as precauções necessárias para evitar perdas de vidas civis constitui infração severa das leis humanitárias internacionais".

A unanimidade é necessária para que a UE emita uma declaração de política externa.

O chanceler finlandês, Erkki Tuomioja, que presidiu a reunião, qualificou de inaceitável a decisão de Israel de intensificar a ação militar contra o Hezbollah, dizendo que é pouco provável que ela tenha êxito e que irá apenas alimentar o apoio dado aos extremistas no Oriente Médio.

- É inaceitável que Israel siga adiante com sua política atual - disse Tuomioja a jornalistas antes da reunião, acrescentando que a UE precisa adotar uma posição unida, correndo o risco de explicitar suas diferenças com os EUA, que apoiam Israel.

Credibilidade

Até agora, a Grã-Bretanha vem apoiando a posição dos EUA de que um cessar-fogo precisa ser "sustentável". Essa posição é vista como luz verde para Israel continuar a bombardear o Hezbollah.

A UE está tentando falar com voz única para pressionar em favor do cessar dos combates e de um acordo político que leve tropas européias a patrulhar o sul do Líbano.

Ao chegar à reunião, a secretária britânica das Relações Exteriores, Margaret Beckett, se negou a falar sobre as divergências.

- O que precisamos alcançar hoje é um acordo para pedir o fim da violência, para chegar às bases de um acordo político, para ver se podemos alcançar um consenso sobre qual poderia ser o mandato de uma força internacional e que abordagem poderia ser usada para enviá-la - disse ela a jornalistas.

A comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, disse à Reuters que a credibilidade do bloco está em jogo.

Os ministros estavam preparados para buscar uma resolução rápida do Conselho de Segurança da ONU e discutir uma força internacional de manutenção da paz, sem assumir compromissos específicos em relação a tropas, enquanto as condições políticas e o mandato da força internacional não estiverem claros.

França, Itália, Finlândia, Polônia, Suécia e Espanha, todos membros da UE, estão considerando a possibilidade de enviar tropas de manutenção de paz ao Líbano. Turquia, candidata à entrada na UE, e o Estado muçulmano asiático da Indonésia também já disseram que poderão fornecer soldados. Mas diplomatas disseram que, no estágio atual, Paris não quer que a UE defina quais Estados membros estão dispostos a contribuir com tropas.

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