Os irmãos do tenente coronel da FAB, Alduíno Coutinho de Souza, piloto do avião Seneca que caiu no Espírito Santo, ouviram relatos de dois moradores que contaram o que presenciaram minutos antes da queda da aeronave no litoral capixaba. Até agora, três vítimas foram encontradas. Outras três ainda estão desaparecidas, entre elas, o próprio militar.
O pescador Ivanildo Amâncio Lima conta que na noite do acidente fechava o quiosque dele, que fica na praia de Manguinhos, na Serra, quando ouviu uma forte explosão e viu um clarão no mar. Segundo ele, como o tempo estava nublado na região, ele pensou que tivesse presenciado um raio, seguido de trovões.
- No sábado, quando saí para colar rede, eram umas cinco horas. Quando chegamos próximo ao local vimos dois objetos boiando com vários detritos e áreas de óleo com uma distância de 10 metros de uma para outra. Nós fomos colocar a rede e quando voltamos os corpos já estavam próximos a praia - contou o pescador.
Adílson e Danilo Coutinho, irmãos do coronel da FAB, acompanhados de uma equipe do Corpo de Bombeiros, foram até Bicanga, praia próxima à Manguinhos, onde conversaram com o pedreiro Élcio Sodré de Souza que contou uma versão parecida com a do pescador. Sodré disse que por volta das 19h30m de sábado ele também viu quando o avião passou por cima da residência dele e minutos depois ouviu o barulho da explosão.
- Por volta de sete e meia da noite eu estava sentado do lado de fora da minha casa com meu filho e dois amigos quando ouvimos o barulho do avião que deu um pane e depois voltou a funcionar. Logo depois deu uma outra pane foi quando ocorreu a explosão. Saímos correndo até a praia. Como estava muito escuro não dava para ver nada. Vim para casa ligar para a polícia mas não consegui falar. No outro dia me comuniquei a eles. No domingo, eu encontrei um tamanco e um tênis de uma das vítimas da queda do bimotor - relatou.
Danilo Coutinho, irmão do militar da FAB, afirmou que o tênis encontrado pelo pedreiro é mesmo do sobrinho - que já teve o corpo resgatado. Até a forma como os cadarços estavam amarrados são os mesmo dos outros calçados dele. Andando pela praia a família também localizou partes do estofado das poltronas e a borracha que forrava o piso do bimotor. As buscas continuam no Espírito Santo, mas ainda sem sucesso.



