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golpe branco

Morales articula quarto mandato na Bolívia

Constituição do país proíbe terceira reeleição, mas partido do presidente alega que sua primeira gestão não deve ser levada em conta

Morales preside a Bolívia desde 2006 e está no terceiro mandato. | DM/DN
Morales preside a Bolívia desde 2006 e está no terceiro mandato. (Foto: DM/DN)

O Movimento ao Socialismo (MAS), partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, começou a discutir a possibilidade de o mandatário disputar uma nova reeleição. A Constituição boliviana proíbe a terceira reeleição, mas o chefe da sigla na região de Cochabamba, Leonardo Loza, diz que a legenda trabalhará por uma reforma constitucional que permita a Morales exercer um quarto mandato, entre 2020 e 2025.

Segundo Loza, a defesa da nova candidatura foi “unânime” e “coordenada”, e a proposta de “constitucionalizar” a decisão é apoiada por setores camponeses do partido. Outros nomes da legenda acham que ainda é cedo, mas apoiam a ideia.

“O MAS não está tratando deste assunto. É algo que deve ser considerado pelo presidente e pelo povo boliviano”, disse o deputado do MAS Franklin Flores. “Temos que ser claros: trata-se do presidente com maior apoio popular”.

O partido de Morales alega que sua primeira gestão, entre 2006 e 2010, não deve ser considerada, uma vez que o presidente foi eleito sob a Constituição anterior — a atual entrou em vigor em 2009. “É preciso constitucionalizar a reeleição de nosso irmão Evo Morales”, afirmou o dirigente camponês Rodolfo Machaca. “Sua boa gestão e as obras realizadas nos obrigam a tomar essa decisão, que será avaliada por nossa equipe legal”.

O vice-presidente da Câmara de Deputados, Victor Borda, afirmou ao diário boliviano “La Razón” que seus colegas no MAS que representam setores sociais manifestaram a necessidade de levar a discussão à Assembleia Legislativa com base em uma proposta formal.

Já a senadora Nélide Sifuentes acredita que o MAS deve debater o tema em seu congresso, em agosto, o que colocaria a discussão na agenda do Congresso. “Teríamos que ver como poderíamos viabilizar a reeleição”, disse. “Poderíamos promover um referendo”.

Morales foi eleito para um terceiro mandato em outubro do ano passado, com 61% dos votos. No dia 26 de abril, ele pediu ao MAS que comece a buscar um nome para sucedê-lo — após as eleições de 2019.

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