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Riad (Folhapress) – Depois de comandar por 23 turbulentos anos o país líder mundial na comercialização de petróleo, morreu ontem o rei saudita Fahd, aos 82 anos, que será sepultado hoje. O monarca estava internado desde maio, com diagnóstico de pneumonia. Um dos homens mais ricos e poderosos do mundo, Fahd assumiu o trono em 1982, no auge da alta do preço petróleo de seu país, respaldado por sua reputação de administrador e diplomata. Durante seu reinado, inaugurou um período de estreitos laços entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos, que deve ser mantido por seu meio-irmão, Abdullah Bin Abdul Aziz, 81 anos, que, na prática, já governava o país desde 1995, quando o rei sofreu um derrame.

Fahd transformou a relação dos sauditas com os EUA e fortaleceu um vínculo militar essencial para a política de Washington na região. Ele apostou em Washington na política externa, apesar da aliança dos EUA com Israel, e permitiu a entrada de 550 mil soldados norte-americanos "infiéis" na Península Árabe durante a primeira Guerra do Golfo, apesar de se denominar "Guardião das Duas Mesquitas Sagradas" (Meca e Medina).

A Casa Branca divulgou que o presidente americano George W. Bush telefonou ontem ao novo rei saudita para oferecer suas condolências pela morte do rei Fahd e para felicitá-lo por assumir o trono. Em uma imagem que foi considerada polêmica, os dois já apareceram de mãos dadas.

O rei Fahd era um dos chamados Sete Sudairi, sete irmãos todos nascidos de uma das esposas do rei Abdul-Aziz, Hussa bint Ahmad Sudairi. Esses irmãos assumiram influentes posições no reinado de Fahd, ocupando ministérios como o do Interior e o da Defesa, entre outros cargos políticos.

Já Abdullah é filho de outra esposa do rei Abdul-Aziz. O fato de Fahd ter escolhido Abdullah como herdeiro esbarrou na resistência dos irmãos Sudairi. Existia, entre eles e Abdullah, uma competição não-declarada. Além da coroa, o meio-irmão herda o desafio de enfrentar a Al Qaeda de Osama bin Laden — surgida durante o reinado de Fahd. Herda também a pressão por reformas, principalmente no que diz respeito aos direitos humanos – lacuna do reinado de Fahd.

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