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Coréia do Sul

Morre diretor-geral da OMS após cirurgia para tirar coágulo do cérebro

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Lee Jong-wook, da Coréia do Sul, a maior autoridade internacional do país, morreu nesta segunda-feira depois de uma cirurgia para retirar um coágulo do cérebro, informou a agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

Lee, de 61 anos, era diretor-geral da OMS desde 2003 e liderava a luta da organização contra a gripe aviária.

- Lamento dizer aos senhores que o doutor Lee Jong-wook, diretor-geral da OMS, morreu nesta manhã - afirmou a ministra espanhola da Saúde, Elena Salgado, na abertura de uma sessão da assembléia anual da agência.

Elena Salgado presidia o encontro. Com a voz trêmula, a ministra descreveu Lee como uma "pessoa excepcional e um diretor-geral excepcional".

- Sob a liderança dele, a OMS fortaleceu-se e foi capaz de responder de forma eficiente aos problemas (de saúde) do mundo - disse ela, antes de pedir aos delegados dos 192 países-membros que fizessem dois minutos de silêncio.

Os trabalhos na assembléia anual, que termina no sábado, ficaram suspensos por um curto período. Bandeiras da sede da ONU na Europa, onde acontece o encontro, foram hasteadas a meio mastro.

O vice de Lee, Anders Nordstrom, da Suécia, deve tomar o lugar na qualidade de chefe interino da organização até que eleições para um novo dirigente sejam realizadas, disse a OMS.

Lee foi submetido a uma cirurgia de emergência no sábado com objetivo de remover o coágulo, no Hospital Cantonal de Genebra. Ele havia dado entrada no local depois de passar mal repentinamente, na tarde daquele dia.

O sul-coreano, que gostava de salpicar suas entrevistas coletivas com piadas, praticava esportes regularmente e não tinha um histórico de problemas de saúde, afirmaram autoridades.

- Não houve aviso nenhum, nada. Isso foi um choque total - disse Iain Simpson, porta-voz da OMS.

O secretário americano para a Saúde e os Serviços Humanitários, Mike Leavitt, que visitou seis países do sudeste asiático com Lee, no ano passado, elogiou o diretor-geral por oferecer à OMS "uma liderança visionária e um espírito de cooperação".

A carreira do sul-coreano na agência da ONU começou em 1983, como assessor para o escritório da entidade encarregado de combater a hanseníase no oeste do Pacífico.

Especialista em vacinas, ele ganhou reconhecimento por seu trabalho na luta contra a pólio, contribuindo para baixar a taxa mundial de contaminação para menos de um em cada dez mil pessoas da população mundial.

Em 2000, Lee se tornou diretor da Stop TB ("Detendo a tuberculose"), uma coalizão de mais de 250 parceiros internacionais, entre os quais os países-membro da OMS, doadores, organizações não-governamentais e fundações particulares.

Ele foi eleito para comandar a OMS em 2003 e assumiu o posto em julho, quando a agência começava a vencer sua batalha contra a Sars (síndrome respiratória grave e aguda), uma doença altamente contagiosa surgida na China e que matou centenas de pessoas no mundo todo.

Cerca de um ano mais tarde, a comunidade internacional se deparava com uma ameaça ainda pior do que a Sars, a gripe aviária, que, segundo especialistas, pode se transformar em uma pandemia global matando milhões de pessoas.

A gripe aviária é um dos assuntos principais desta assembléia mundial da OMS, que também discutirá se os estoques restantes de varíola devem ser destruídos ou não e a candidatura de Taiwan como país-observador da entidade.

Lee deixa mulher, Reiko, e um filho. Ele nasceu em Seul em 12 de abril de 1945 e se formou como médico na universidade da capital coreana.

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