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"Vocês vandalizaram meu coração, rasgaram minha alma e queimaram minha consciência. Vocês achavam que era um garoto patético que vocês estavam extinguindo. Graças a vocês, eu morri. Como Jesus Cristo, para inspirar gerações de pessoas fracas e indefesas."

Falando assim, direto para a câmera, muitas vezes de forma desconexa, incompreensível e sem especificar quem seriam "vocês", o sul-coreano Cho Seung-hui, o assassino de 32 pessoas da Universidade Técnica de Virgínia, nos Estados Unidos, inicia um dos suficientes, seus ratos. Seus colares de ouro não eram suficientes, seus esnobes? Seus fundos de investimento não foram suficientes? Nada satisfazia suas necessidades maldosas. Vocês tiveram tudo", diz, num trecho dos vídeos.

Há também fotografias e um CD-Rom com vídeos e mais de cem linhas de texto do manifesto. Segundo investigações preliminares, todo o material foi produzido por ele mesmo, sozinho.

A produção dos vídeos indica que Cho vinha trabalhando no pacote a algum tempo, pois além de ter demorado para gravar todos os vídeos, ele os quebrou em fragmentos incluídos entre os parágrafos do texto que ele enviou.

O pacote incluía fotografias em que ele aparece em locais diferentes. Em algumas delas, ele aparece portando armas similares às usadas no massacre. Outras o mostram segurando uma faca ou posando ao lado de balas alinhadas numa mesa.

Segundo o âncora de TV da rede, Brian Williams, o material pode ser descrito como um "manifesto multimídia". Segundo a NBC, no vídeo Cho fala direto à câmera e faz menção ao massacre dizendo que "isso não precisava acontecer".

Pelo correio

"Mais cedo hoje, a NBC em Nova York recebeu correspondência que acreditamos que tenha sido enviada por Cho Seung-hui, o assassino responsável pela tragédia em Norris Hall", informou o porta-voz policial Steve Flaherty, referindo-se ao prédio no campus, no qual o jovem sul-coreano, de 23 anos, entrou armado.

Segundo a NBC, o material recebido é "perturbador, violento e raivoso", um longo e desarticulado manifesto de difícil compreensão. O pacote foi entregue imediatamente às autoridades norte-americanas, que ainda não revelaram seu conteúdo completo. A correpondência continha várias fotografias, vídeos e textos escritos.

Acusação de assédio

O atirador Cho Seung-hui, de 23 anos, teve problemas com a segurança da Universidade Técnica da Virgínia, em 2005. Na ocasião, os seguranças foram chamados por duas mulheres que disseram estar sofrendo assédio do sul-coreano.

O chefe de polícia do campus, Wendell Flinchum, contou que, na época, duas estudantes denunciaram à polícia da universidade a conduta de Seung-Hui. Elas, porém, não apresentaram queixas formais, mas depois das denúncias o caso de Cho foi transferido ao sistema disciplinar da universidade.

Um colega de Cho advertiu que temia um suicídio e a polícia decidiu enviá-lo a um psicólogo. Em seguida, o sul-coreano foi internado em um hospital psiquiátrico.

"Devido à preocupação com Cho, os oficiais pediram que ele conversasse com um psicólogo. Ele foi voluntariamente ao posto policial", disse Flinchum.

"Após esta conversa com o psicólogo foi emitida uma ordem de internação temporária e Cho deu entrada em um hospital psiquiátrico", afirmou.

Todos estes fatos foram revelados na manhã desta quarta-feira (18) durante entrevista coletiva da polícia, na universidade de Virgínia. Não há registro de outras queixas contra a conduta de Cho neste sentido.

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