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A morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, executado pela polícia inglesa em julho de 2005, está motivando movimentos sociais ingleses a promover uma mobilização internacional na Europa contra a política de segurança pública aplicada em função do combate ao terrorismo. Segundo os ativistas, as medidas adotadas ameaçam os direitos humanos.

A campanha foi apresentada durante a contracúpula dos movimentos sociais Conectando Alternativas 2, que ocorre paralelamente à 4ª Cimeira União Européia, América Latina e Caribe. A expectativa é de que movimentos sociais de outros países acompanhem o debate e cobrem de seus governos que as políticas de segurança pública de combate ao terrorismo tenham mais rigor no respeito aos direitos humanos.

- A morte de Jean , não é um fato isolado. Ela aconteceu em função de um debate muito concreto que existe hoje: os imigrantes são tratados como números, não pessoas de carne e osso. As pessoas responsáveis pelas políticas que levaram à morte do brasileiro têm de ser punidas, para que não ocorram novas mortes - disse o ativista Asad Rehman, porta-voz da campanha.

Ele esteve acompanhado de Patrícia Armani, prima de Jean.

- Não é só a luta de uma família pela verdade. É uma campanha por uma causa muito mais ampla.

Asad é muçulmano de origem paquistanesa. Segundo ele, entre as entidades que apóiam a campanha várias estão ligadas a comunidade de imigrantes muçulmanos na Inglaterra, muitos vindos de ex-colônias britânicas. Também há grupos de igrejas cristãs, sindicatos e redes de ativistas políticos.

Além da punição dos "mandantes" do crime, os ativistas estão buscando dar apoio à família de Jean Charles. Patrícia fez hoje um relato do que aconteceu com a família após a morte. Ela lembrou que, logo depois do episódio, a polícia britânica chegou a oferecer 15 mil libras à família pelo silêncio em relação ao crime, alegando que havia sido um acidente.

O eletricista Jean Charles foi executado no dia 22 de julho do ano passado, no metrô de Londres, com oito tiros a queima-roupa. Quinze dias antes,o metrô tinha sido alvo de ataques terroristas de grupos muçulmanos. Desde 2003, a Inglaterra participa junto com os Estados Unidos da ocupação militar do Iraque e também já apoiou diversas iniciativas bélicas americanas contra países muçulmanos.

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