
A violência nas ruas de Kiev ganhou intensidade ontem com a morte de pelo menos dois manifestantes, segundo autoridades locais. A oposição afirma que o número de mortos chegou a cinco. Foram as primeiras mortes desde o início da atual onda de protestos na Ucrânia, há dois meses.
Após se reunirem por mais de três horas com o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, líderes da oposição pediram aos manifestantes para evitar choques com a polícia por 24 horas. O prazo, que termina hoje à noite, foi dado para que o presidente encontre uma saída para a crise política ou "enfrente a revolta popular".
As circunstâncias das mortes não estavam claras. A promotoria ucraniana afirmou que dois manifestantes mortos ontem foram vítimas de munição real e abriu uma investigação criminal para determinar o responsável pelos crimes, embora o governo afirme que os policiais que estão no centro de Kiev não usem esse tipo de munição.
Terceiro
Médicos que estavam no local disseram que um terceiro homem havia morrido após cair de um lugar alto, nas proximidades de uma arena esportiva, mas a porta-voz do departamento de saúde da cidade, Natalia Vishnevska, disse que o homem sobreviveu à queda e está internado num hospital.
Medo
As mortes de manifestantes elevam os temores de que os protestos diários, que têm como objetivo derrubar o governo de Yanukovich tornem-se ainda mais violentos. Os protestos eram realizados de forma pacífica até domingo, quando Yanukovich aprovou uma lei contra as manifestações.
As multidões nas ruas ergueram barricadas nas proximidades de prédios do governo e passaram a jogar pedras contra os policiais, que responderam com granadas de efeito moral, canhões de água e balas de borracha.



