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A Rússia anunciou neste sábado que incentivará o Conselho de Segurança da ONU a adotar um acordo concluído em junho sobre os princípios de uma transição política na Síria, onde o exército regular infligiu um revés aos rebeldes na batalha por Aleppo.

Os ministros europeus das Relações Exteriores evocaram novas sanções contra Damasco, apesar do ministro belga, Didier Reynders, ter mencionado "um dever de ingerência", caso Moscou e Pequim continuem a bloquear as iniciativas internacionais.

O mediador internacional Lakhdar Brahimi, que acaba de assumir seu cargo, participará no domingo de reuniões da Liga Árabe no Cairo. Segundo seu porta-voz, ele deseja ir a Damasco nos próximos dias.

Depois de 20 horas de combates em que foram usados tanques e helicópteros, o exército sírio repeliu um ataque dos rebeldes contra um quartel do leste de Aleppo, no qual conseguiram entrar na sexta-feira.

Segundo uma fonte militar desta cidade, onde o regime e a insurgência travam uma batalha estratégica desde 20 de julho, os soldados conseguiram destruir seis veículos, que os insurgentes começaram a carregar com armas retiradas de um depósito.

"Os rebeldes colocam todo seu empenho nesta batalha porque carecem de armas", precisou a fonte militar.

Os rebeldes, no entanto, não pareciam rendidos. Eles atacaram Midane, bairro ocupado pelas forças de segurança, onde ocuparam o Centro Saint-Vertan, casa de acolhida jesuíta para refugiados iraquianos e sírios, segundo habitantes e fontes militares.

A destruição de uma canalização neste sábado nesta região privou muitos habitantes, a metade segundo os moradores, de água potável neste sábado.

Militantes acusaram a Força Aérea de ter "destruído a principal via de abastecimento de água potável da cidade", enquanto a Companhia de Águas explicou ser impossível o envio de uma equipe para o local.

No total, 80 pessoas morreram --25 civis, 19 rebeldes e 36 soldados-- neste sábado na Síria, segundo um levantamento provisório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que indicou a morte de 136 pessoas na sexta-feira.

O OSDH também informou a descoberta de 17 corpos não identificados, aparentemente executados, em Aleppo.

Bagdá relatou que foguetes sírios caíram na noite de sexta-feira no lado iraquiano da fronteira, matando uma menina de 4 anos e deixando quatro feridos.

Segurança para os hospitais

No plano diplomático, Moscou anunciou um novo passo na ONU.

"A Rússia defenderá que o Conselho de Segurança aprove o comunicado de Genebra", declarou o chanceler russo, Serguei Lavrov, em referência a um acordo assinado em junho.

Lavrov, que se expressou depois de uma reunião com a secretária de Estado americano, Hillary Clinton, afirmou que a reunião do Conselho de Segurança acontecerá no final de setembro.

Ele lembrou que Moscou não apoiará "nenhuma sanção" e denunciou as sanções unilaterais dos Estados Unidos contra a Síria e o Irã, dizendo que elas afetam cada vez mais "os interesses das empresas russas".

Hillary, no entanto, reiterou que qualquer resolução do Conselho de Segurança deve "prever consequências reais em caso de não-conformidade", segundo uma autoridade americana.

Em uma reunião informal de ministros europeus no Chipre, um consenso foi alcançado sobre o reforço das sanções contra Damasco, de acordo com a chanceler cipriota, Erato Kozakou-Marcoullis.

Será a 18ª rodada de sanções da UE desde o início da crise, em março de 2011.

O ministro belga por sua vez questionou: "Será que permitiremos a instalação desta guerra civil, que será cada vez mais violenta (...) ou será que devemos considerar o dever de uma ingerência em algum ponto?".

Reynders defendeu o envio de uma missão de observadores internacionais para garantir segurança nos hospitais na Síria. O francês Laurent Fabius disse que estava aberto à ideia: "Há um direito humanitário, devemos respeitá-lo".

Em visita ao acampamento de refugiados em Zaatari, na Jordânia, o seu homólogo alemão, Guido Westerwelle, expressou a necessidade de "isolar o regime de Assad."

"Nas próximas semanas, vamos aproveitar a presidência alemã do Conselho de Segurança em Nova York para trabalhar no processo de isolamento e de um aumento da pressão sobre o regime de Assad", prometeu.

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