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Uruguai nas urnas

Mujica convoca eleitores para esforço final no 2.º turno

Candidato governista uruguaio promete discurso mais incisivo contra oposicionista, a quem comparou com ditador espanhol

Mujica, da Frente Ampla, em sua fazenda: analistas acreditam que ex-guerrilheiro vencerá no segundo turno | Andres Stapff/Reuters
Mujica, da Frente Ampla, em sua fazenda: analistas acreditam que ex-guerrilheiro vencerá no segundo turno (Foto: Andres Stapff/Reuters)
Veja como foi o resultado nas urnas uruguaias |

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Veja como foi o resultado nas urnas uruguaias

Montevidéu - O ex-guerrilheiro José "Pepe" Mujica, o candidato presidencial da coalizão de governo Frente Ampla, de centro-esquerda, convocou seus militantes para um derradeiro esforço com o qual pretende garantir sua vitória no se­­gundo turno das eleições presidenciais sobre seu rival, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle, do partido Nacional (Blanco), de centro-direita.

Mujica, que segundo dados provisórios da Justiça Eleitoral do Uruguai, obteve 48,16% dos votos na eleição presidencial de domingo, comparou ontem Lacalle com o ditador espanhol Francisco Franco. Mujica promete radicalizar o discurso nesta nova etapa da campanha e afirma que ele e seu rival só possuem "o ponto em co­­mum de serem uruguaios". Se­­gundo Mujica, o resultado de do­­mingo "dividiu o país".

Lacalle, que obteve 28,9% dos votos, optou por um discurso conciliador e iniciou negociações com o partido Colorado, de centro, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 16,9% dos votos. O candidato colorado, Pe­­dro Bordaberry, declarou seu respaldo pessoal a Lacalle. Na quarta-feira, seu partido definiria o apoio oficial da estrutura colorada à campanha de Lacalle.

Os analistas consideram que Mujica vencerá o segundo turno. Mas, recordam que há exatamente 10 anos, em 1999, o candidato colorado Jorge Batlle, que havia ficado em um distante segundo lugar, atrás da Frente Ampla, conseguiu ganhar o segundo turno com apoio do Partido Nacional.

O cientista político Adolfo Gar­­cés, do Instituto de Ciência Política da Faculdade de Ciências Sociais, sustentou que "matematicamente, Lacalle possui chances para o segundo turno", já que poderia somar os votos dos eleitores nacionais e colorados, além de setores minoritários. Mas, destaca que "politicamente, as chances de Lacalle serão difíceis".

O tom de Mujica para o segundo turno das eleições presidenciais, marcado para o dia 29 de novembro, é de "plebiscito" do go­­verno do socialista moderado Ta­­baré Vázquez, e de "luta" entre "dois modelos de país". Discursos à parte, as posições entre os candidatos possuem pe­­quenas divergências. Segundo os analistas, a maior diferença re­­side no "estilo" mais do que nos objetivos.

Lacalle abomina o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales, enquanto que Mujica des­­taca os laços de amizade com ambos, embora afirme que seu es­­tilo de "esquerda" é "à moda uruguaia", sem inspiração bolivariana.

Enquanto Lacalle sustenta que as estatais deveriam ter "certa aber­­tura de capital", Mujica pretende mantê-las como estão, embora aplicando uma "modernização". Os dois anunciam que darão boas vindas aos investimentos estrangeiros.

Parlamento

Os dados provisórios da Justiça Eleitoral indicavam ontem que o governo conseguiria manter a maioria no Parlamento. Das 30 cadeiras do Senado, a Frente Am­­pla ficaria com 15, enquanto o Partido Nacional teria 9 e o partido Colorado ficaria com 5. Uma cadeira ainda estava indefinida.

Na Câmara de Deputados, do total de 99 cadeiras, a Frente Am­­pla ficaria com 49. O partido Na­­cional teria 29, enquanto que os colorados teriam 18. O partido In­­dependente ficaria com duas va­­gas. Uma cadeira ainda estava in­­definida.

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