Mulheres que participaram da campanha do senador americano Bernie Sanders em 2016, quando ele concorreu às primárias presidenciais do Partido Democrata, afirmaram ter sido vítimas de assédio sexual e tratamento depreciativo por colegas homens com os quais trabalhavam, e que nada foi feito para enfrentar o problema, mesmo as queixas tendo chegado aos altos funcionários da campanha. As declarações foram reveladas pelo jornal The New York Times nesta quarta-feira (2).
Uma destas mulheres é Giulianna Di Lauro, uma das estrategistas da operação presidencial de Sanders. Ela contou que um colega a quem dava caronas para os eventos das primárias em Nevada disse que seu cabelo era bonito e pediu para tocá-lo. Pensando que ele tocaria em uma mecha do cabelo, ela permitiu, mas o homem passou a tocar no seu cabelo “de uma forma sexual”, segundo ela, “forçando” seus limites pelo resto do dia. Quando contou o ocorrido ao seu superior, Bill Velazquez, ele teria respondido: “Aposto que você teria gostado se ele fosse mais novo”, conforme o relato de Di Lauro.
A reportagem do New York Times também traz o relato de Samantha Davis, ex-diretora de operações no Texas e Nova York, que afirmou ter sido deixada de lado por seu chefe depois de ter recusado um convite para ir ao quarto de hotel dele.
Leia também: Jimmy Carter: Como consertar a relação EUA-China e impedir uma guerra fria moderna
Outras mulheres que tiveram acesso aos registros de pagamentos a funcionários da campanha de Sanders afirmaram que algumas mulheres da equipe ganhavam “milhares de dólares a menos do que seus colegas homens”, segundo o New York Times.
Em entrevista à CNN após a publicação da reportagem, Sanders afirmou que na época “estava um pouco ocupado” para saber sobre o escândalo de má conduta sexual entre os membros de sua equipe e se desculpou por não ter tratado o assunto apropriadamente.
“Eu certamente peço desculpas a qualquer mulher que sentiu que não foi tratada adequadamente e, claro, se eu concorrer [à presidência dos EUA em 2020], faremos melhor da próxima vez", disse.
Bernie Sanders, senador independente pelo estado de Vermont, é considerado um dos principiais nomes para a corrida presidencial dos Estados Unidos em 2020. Mas as denúncias que vieram à tona têm o potencial de manchar a reputação de Sanders com o público feminino, que tem tido um papel cada vez mais relevante nas eleições americanas.
-
Como a presidência de Nikolas Ferreira na Comissão de Educação deve impactar o tema em 2024
-
Lula boicota Jovem Pan usando regra de Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Chanceler brasileiro diz que relações com Israel vão sobreviver após fala de Lula sobre nazismo
-
Busca por fugitivos de Mossoró completa um mês e coloca em xeque confiança nos presídios federais
Em “Não Recomendado para Menores”, South Park bate no OnlyFans e em pais omissos
Nos Estados Unidos, parlamentares e influencers denunciam a inegável ditadura brasileira
Caso da Ilha de Marajó: ocupados em ganhar a discussão, perdemos de vista o bem comum
Nikolas Ferreira está em apuros por chamar Lula de ladrão. Não pode?
Deixe sua opinião