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Protesto em Jerusalém na segunda-feira (20) por negociações para a libertação dos reféns que estão nas mãos do Hamas
Protesto em Jerusalém na segunda-feira (20) por negociações para a libertação dos reféns que estão nas mãos do Hamas| Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

Familiares de cinco das mulheres soldados de Israel mantidas como reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza decidiram divulgar um vídeo do sequestro na base militar de Nahal Oz, no sul de Israel, em 7 de outubro, durante ataques do grupo terrorista.

O vídeo, capturado pelas câmeras corporais dos combatentes do Hamas e com duração de pouco mais de três minutos, mostra imagens das jovens Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniela Gilboa e Naama Levy, ensanguentadas e algemadas contra a parede após serem capturadas por terroristas no abrigo da base militar, onde estavam escondidas.

A filmagem, divulgada antes da reunião de hoje do governo israelense, também mostra um dos combatentes virando-se para uma das garotas e dizendo: “Quero que você cale a boca e sente-se! Nossos irmãos estão mortos por sua causa e nós vamos atirar em todas vocês”.

Em outra parte do vídeo, um dos membros do grupo terrorista é ouvido dizendo: “Aqui estão as meninas que podem engravidar. Elas são as sionistas”.

“Não pensávamos que demoraria tanto, e o mundo precisa saber que o Hamas ainda mantém em cativeiro mulheres jovens e inocentes que não têm culpa de nada”, declarou à Agência EFE Sasha Ariev, irmã da refém Karina Ariev, de 19 anos.

“Sentimos que há cada vez menos esperança. Na mídia internacional, só vemos fotos de Gaza e ninguém mais fala sobre nossos reféns. Eles não se importam com eles. Com esse vídeo, estamos tentando pressionar Hamas, Catar e Estados Unidos”, disse à EFE Ashley Agam, prima de Agam Berger, também de 19 anos.

“A cada dia que passa, fica mais difícil trazer os reféns de volta para casa: os vivos para reabilitação e os mortos para um enterro adequado. O governo israelense não deve desperdiçar mais nenhum momento, deve voltar à mesa de negociações hoje mesmo”, publicou hoje em comunicado o fórum das famílias dos reféns.

O ministro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, escreveu na rede social X (ex-Twitter), minutos após a divulgação do vídeo, que as imagens “reviraram seu estômago” e que seus pensamentos permanecerão com os reféns até que todos voltem para casa.

“A responsabilidade dos líderes não é apenas olhar a realidade nos olhos, mas criar uma realidade diferente, mesmo quando isso significa tomar decisões difíceis. E essa é a nossa responsabilidade”, acrescentou, referindo-se ao impasse nas negociações de trégua.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse hoje que o vídeo será um dos materiais que ele mostrará em uma reunião com os embaixadores de Espanha, Noruega e República da Irlanda “para uma conversa de reprimenda”, cuja data ainda não foi definida, depois de anunciarem hoje que reconhecerão o Estado palestino na próxima terça-feira.

O presidente israelense, Isaac Herzog, escreveu no X após a divulgação do vídeo que “o mundo deve assistir a essa atrocidade cruel. Aqueles que se preocupam com os direitos das mulheres devem se manifestar. Todos aqueles que acreditam na liberdade devem se manifestar e fazer tudo o que puderem para trazer todos os reféns para casa agora”.

As militares destacadas na base de Nahal Oz eram responsáveis pelo serviço de vigilância. Meses antes do ataque de 7 de outubro, elas avisaram ao Exército sobre movimentos suspeitos na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.

Durante aquela manhã, pelo menos 15 mulheres soldados foram mortas e sete delas foram sequestradas, incluindo Ori Megidsh, de 18 anos, que foi resgatada em 30 de outubro pelas FDI após 23 dias em cativeiro, e Noa Maricano, que morreu durante o sequestro e cujo corpo foi recuperado pelas forças israelenses.

As outras cinco militares, a maioria com idade entre 19 e 20 anos, continuam reféns do Hamas após 229 dias de guerra, enquanto as negociações para chegar a uma trégua entre o grupo terrorista e Israel continuam paralisadas.

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