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Tensão racial

Multidão pede paz e justiça no funeral de Michael Brown

Sem violência, centenas comparecem à cerimônia dedicada ao jovem negro morto por um policial branco nos Estados Unidos

Silhuetas de pessoas que esperavam na fila para participar do funeral de Michael Brown | Joshua Lott/Reuters
Silhuetas de pessoas que esperavam na fila para participar do funeral de Michael Brown (Foto: Joshua Lott/Reuters)

Familiares, amigos e membros da comunidade participaram ontem do funeral de Michael Brown, adolescente negro morto por um policial branco na cidade de Ferguson, no Missouri.

Centenas de pessoas ocuparam de maneira pacífica a igreja batista em que o serviço foi realizado e a Avenida Dr. Martin Luther King, em St. Louis, num cenário contrastante com as manifestações violentas que abalaram a cidade suburbana depois do assassinato a tiros do jovem de 18 anos, que estava desarmado.

A morte de Brown chamou atenção para as tensões raciais nos EUA e os protestos evocaram a crítica ao uso de equipamento militar, às táticas truculentas da polícia local e à discriminação contra negros nas batidas policiais.

Um júri começou a ouvir testemunhos sobre o tiroteio, e o Departamento de Justiça dos EUA abriu sua própria investigação. Comentando o caso Brown, o reverendo Al Sharpton, ativista de direitos civis, pediu um inquérito justo e imparcial sobre o assassinato e o fim da brutalidade policial.

"Michael Brown não quer ser lembrado por tumultos", declarou Sharpton, "mas como aquele que fez os EUA encararem a maneira como vamos fazer o policiamento no país".

Sharpton conclamou a comunidade negra a pôr fim aos episódios de violência e saques nas ruas que mancharam o nome de Ferguson. "Temos que ficar ultrajados por nosso desrespeito uns pelos outros", afirmou. "Alguns de nós agem como se a definição de negritude fosse o quão baixo você consegue ir."

Do lado de fora da igreja, a presença policial era intensa, mas discreta. As autoridades se prepararam para possíveis confrontos entre manifestantes e a polícia. Os conflitos se reduziram significativamente nos últimos dias. A multidão repetiu a frase: "Mãos para cima, não atire", que vem sendo entoada pelos manifestantes nas ruas de Ferguson.

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