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Manifestantes carregando flores e velas se reuniram próximo ao hotel Taj Mahal, palco de um dos ataques que durou 60 horas | Punit Paranjpe / Reuters
Manifestantes carregando flores e velas se reuniram próximo ao hotel Taj Mahal, palco de um dos ataques que durou 60 horas| Foto: Punit Paranjpe / Reuters

Atletas e astros do cinema se juntaram a milhares de cidadãos de Mumbai nesta quarta-feira (3), numa manifestação organizada através de mensagens de texto e Facebook para protestar contra os ataques da semana passada e o fato de o governo não ter antevisto o massacre.

Foi a maior manifestação pública de ira e frustração desde os ataques lançados na quarta-feira passada por militantes islamitas, que deixaram mais de 170 mortos.

Cerca de 10 mil manifestantes, muitos carregando velas e flores, partiram em passeatas de vários pontos de Mumbai e se reuniram no Portal da Índia, próximo ao hotel Taj Mahal, cena de um cerco que durou 60 horas.

"Dá para ver como as pessoas estão com raiva e feridas", disse Mahesh Patel, comerciante de meia-idade que marchou com uma multidão enorme de estudantes gritando palavras de ordem.

"Estou aqui com meus amigos porque não aguentamos mais. Os políticos precisam fazer alguma coisa. Precisam parar de nos ignorar."

Carregando faixas e cartazes condenando o terrorismo, a multidão emotiva gritou palavras de ordem contra o Paquistão e os políticos indianos.

"Abaixo o Paquistão, atacar o Paquistão", gritaram os manifestantes irados. "Viva a Índia! Os políticos precisam tomar vergonha na cara!"

Vários protestos foram realizados esta semana em Mumbai, cuja sociedade civil, em grande maioria de classe média, está se expressando mais abertamente, cobrando responsabilidade dos políticos, que já estão sendo criticados por não prevenirem ataques de militantes.

Militantes islamitas vêm promovendo explosões em cidades indianas há anos, matando milhares de pessoas, mas a cada ataque o ultraje público se abrandou.

Desta vez, porém, as coisas são diferentes, dizem cientistas sociais.

"Os ataques mais recentes atingiram alguns dos setores mais ricos da população, e, como essas pessoas têm acesso maior ao poder e à mídia, suas vozes estão sendo amplificadas", disse S. Parasuraman, diretor do Instituto Tata de Ciências Sociais.

"Assim, juntamente com os setores mais pobres da sociedade, é possível cristalizar essa raiva num processo que exerça pressão sobre o governo para consertar a situação."

Mensagens de texto ridicularizando os políticos circulavam por toda parte. Uma delas dizia: "Não se preocupem com terroristas que chegam de barco - eles acabarão mortos. Preocupem-se mais com os que chegam através de seu voto."

A ira pública está sendo expressa tanto pela Internet quanto nas ruas de Mumbai.

Estudantes e ativistas criaram sites e blogs para encorajar as manifestações. Os sites difundem a notícia dos protestos e pedem a participação das pessoas, enquanto bloggers e sites de relacionamento social como Twitter e Flickr estão repletos de comentários sobre os ataques.

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