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Ambiente

Mundo perde 3 espécies por hora, diz ONU no Dia da Diversidade

Muitos especialistas acham que o mundo não conseguirá cumprir a meta estabelecida pelos líderes mundiais na cúpula de 2002, que determinou uma "redução significativa" até 2010 do ritmo das extinções

As atividades humanas estão varrendo do planeta três espécies animais ou vegetais por hora, e o mundo precisa tomar providências para atenuar até 2010 a pior onda de extinções desde a dos dinossauros, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira. Cientistas e ambientalistas divulgaram levantamentos sobre ameaças a animais e plantas, como a baleia franca, o lince-ibérico, batatas e amendoins selvagens, no Dia Internacional da Diversidade Biológica, 22 de maio.

"A biodiversidade está se perdendo num ritmo inédito", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, numa nota oficial. O aquecimento global está agravando as ameaças já existentes, como o desmatamento, a poluição e o aumento populacional humano. "A resposta global a esses desafios precisa acontecer muito mais rápido, e com muito mais determinação em todos os níveis - global, nacional e local", disse ele.

Muitos especialistas acham que o mundo não conseguirá cumprir a meta estabelecida pelos líderes mundiais na cúpula de 2002, que determinou uma "redução significativa" até 2010 do ritmo das extinções.

- Estamos realmente passando pela maior onda de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros - disse Ahmed Djoghlaf, chefe da Convenção da ONU para a Diversidade Biológica.

- As taxas de extinção estão crescendo a um fator de até mil vezes as taxas naturais. A cada hora, três espécies desaparecem. A cada dia, 150 espécies somem. A cada ano, entre 18 mil e 55 mil espécies extinguem-se. A causa: as atividades humanas - disse ele.

Uma lista compilada pela União pela Conservação do Mundo, que agrupa 83 governos, além de cientistas e organizações ambientalistas, possui apenas 784 espécies extintas desde 1500 - dos dodós das ilhas Maurício ao sapo dourado da Costa Rica. Craig Hilton-Taylor, que gerencia a lista, disse que os números, apesar de discrepantes, podem estar ambos corretos.

- Os números da ONU baseiam-se na perda de habitats, na estimativa de quantas espécies viviam lá e que portanto se perderam. A nossa é mais empírica. São espécies que sabíamos estar lá mas que não conseguimos mais encontrar - disse ele à Reuters.

Um outro levantamento feito por um grupo de pesquisadores agrícolas disse que o aquecimento global pode levar à extinção plantas selvagens como batatas e amendoins até meados do século.

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