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A União Europeia (UE) e países afetados pelas novas tarifas sobre importações anunciadas nesta quarta-feira (2) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestaram preocupação sobre as medidas.
Trump anunciou taxas sobre compras de 184 países e territórios e da União Europeia, que partem de uma tarifa básica de 10%, mas em alguns casos são bem maiores. Para importações da UE, por exemplo, a taxa será de 20%.
“Embora o presidente Trump possa chamar hoje de ‘Dia da Libertação’, do ponto de vista de um cidadão comum, este é o ‘Dia da Inflação’. Essas medidas injustificadas, ilegais e desproporcionais só podem levar a uma maior escalada tarifária e a uma espiral econômica descendente para os EUA e o mundo como um todo”, afirmou em comunicado Bernd Lange, presidente do Comitê de Comércio Internacional do Parlamento Europeu.
Na Itália, segundo informações da BBC, a premiê Giorgia Meloni disse que as tarifas sobre a UE “não serão boas para nenhuma das partes”, mas que buscaria um acordo com os EUA para “evitar uma guerra comercial”.
Cecilie Myrseth, ministra do Comércio e Indústria da Noruega, falou em entrevista à emissora estatal NRK sobre a taxa de 15% a ser aplicada sobre compras americanas do país nórdico, além dos 20% sobre importações da UE, da qual Oslo não faz parte.
“Estamos fazendo os cálculos e analisando o que aconteceu. Mas é óbvio que isso é sério para a economia mundial e é crítico para a Noruega. O que podemos ver, à primeira vista, são tarifas de 20% contra a União Europeia e pelo menos 10 a 15% contra a Noruega. Isso é de grande importância, porque também enviamos muitas exportações para a UE. Então, isso também nos afetará”, disse Myrseth.
“Este é um dia sério e, agora, precisamos ter uma visão geral do que isso realmente significa para a Noruega”, acrescentou a ministra.
Karin Keller-Sutter, presidente da Federação Suíça, de quem os EUA cobrarão uma tarifa de 31%, comentou o assunto no X.
“O Conselho Federal tomou nota das decisões dos EUA sobre tarifas. Ele determinará rapidamente os próximos passos. Os interesses econômicos de longo prazo do país são a prioridade. O respeito ao direito internacional e ao livre comércio são fundamentais”, escreveu.
A Suíça, assim como a Noruega, não integra a União Europeia.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, chamou as tarifas de 10% sobre seu país de “totalmente injustificadas”.
“O presidente Trump se referiu a tarifas recíprocas. Uma tarifa recíproca seria zero, não 10%”, disse Albanese, em uma entrevista coletiva em Melbourne.
“Este não é o ato de um amigo. A decisão de hoje aumentará a incerteza na economia global - e aumentará os custos para as famílias americanas”, disse Albanese.







