A imprensa conservadora e parlamentares do Reino Unido saíram em defesa da honra de Margaret Thatcher e orquestraram uma campanha para pedir à BBC que censure a música "Ding Dong! The witch is dead" ("A Bruxa está Morta"), parte da trilha do filme "O Mágico de Oz", que alcançou a quarta posição nas paradas musicais britânicas nesta semana. A canção também foi o hit das festas anti-Thatcher celebradas em várias cidades britânicas e de campanhas nas redes sociais contra a ex-primeira ministra britânica, morta de derrame cerebral nesta segunda-feira.
O canal de rádio da BBC tinha planejado emitir a música no domingo, dentro do programa Top 40. Estava previsto, inclusive, que um comentarista discutisse a razão do elevado ibope da música em um momento em que o mundo discute o legado de Thatcher. A pressão política e da mídia pode forçar à censura da canção, interpretada pela atriz Judy Garland no papel de Dorothy, que foi considerada "ofensiva". Deputados conservadores e trabalhistas se somaram aos pedidos de censura:
- Trata-se de uma canção de mau gosto nesses momentos - disse o deputado conservador Henry Smith. - Se eu fosse a pessoa responsável pela programação, retiraria a música agora mesmo, ainda que no fundo seja algo irrelevante. A reputação de Thatcher é tão elevada que sobreviveria a isso.
Os jornais "The Daily Mail" e do "The Daily Telegraph" publicaram nesta sexta-feira em suas capas "o último insulto a Maggie", enquanto o caça às bruxas continua nas redes sociais contra quem se atreve a criticar a Dama de Ferro. A canção foi a mais baixada no site britânico da Amazon por causa de uma campanha lançada na internet por detratores da política conservadora, que sugeriram essa música para comemorar a morte dela.
Na avaliação do deputado trabalhista Gerry Sutcliffe, não se trata de censurar, mas de respeitar a dignidade e a morte.
"Ainda que eu não estivesse de acordo com muitas de suas políticas, ela (Thatcher) foi uma líder e uma primeira-ministra do país. Não acho que seja um bom momento para promover este single", disse ele
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