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Visita do presidente ucraniano a Washington foi sua primeira viagem internacional desde a invasão russa em fevereiro
Visita do presidente ucraniano a Washington foi sua primeira viagem internacional desde a invasão russa em fevereiro| Foto: EFE/EPA/Oliver Contreras

Em coletiva de imprensa na Casa Branca nesta quarta-feira (21), os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pregaram unidade contra a agressão “terrorista” da Rússia, conforme termo usado pelo ucraniano.

Biden mencionou os 300 dias do conflito e criticou o presidente russo, Vladimir Putin, pelos recentes ataques à infraestrutura ucraniana, “de orfanatos a hospitais”, e disse que a guerra no leste europeu “representa mais”, citando ideais de liberdade e “integridade territorial” que precisam ser defendidos para que agressões semelhantes não sejam repetidas pelo mundo.

“Nós permaneceremos com vocês, o tempo que for necessário”, garantiu, antes de apontar em outro momento da coletiva: “Putin tentou enfraquecer a OTAN, mas ao invés disso, ele a fortaleceu”.

Biden confirmou o envio de mais ajuda militar à Ucrânia e, ao agradecer Zelensky pela visita, disse que, “após muitas conversas por telefone e vídeo”, era importante falar “olhos nos olhos”.

Zelensky agradeceu a ajuda americana, em especial a novidade do envio do sistema de defesa aérea Patriot, e disse que ele e Biden tiveram “uma boa conversa sobre nossas estratégias e sobre o que planejamos para o próximo ano”.

“Independentemente das mudanças no Congresso americano, acredito que continuaremos tendo apoio bipartidário dos Estados Unidos”, citou, fazendo uma referência às eleições de meio de mandato em novembro, na qual os republicanos tomaram dos democratas o controle da Câmara.

Antes do pleito, republicanos haviam questionado o envio de um “cheque em branco” para a Ucrânia, e parlamentares democratas mais à esquerda pediram numa carta que Biden abrisse negociações com a Rússia. Diante da repercussão negativa, os partidários do presidente voltaram atrás.

Biden e Zelensky haviam conversado por cerca de duas horas antes da coletiva. No início da reunião, o presidente ucraniano entregou ao americano uma condecoração recebida por um militar do seu país que lutou na região do Donbas.

“Ele é muito corajoso e disse para dar [a condecoração] a um presidente muito corajoso, e eu quero dar a você, é uma cruz por mérito militar”, disse Zelensky. Biden disse que ele receber a condecoração “não é merecido, mas agradeço muito”, e prometeu retribuir com o envio de uma moeda de comando americana.

A visita de Zelensky foi sua primeira viagem ao exterior desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro. Antes do encontro dele com Biden, o Departamento de Estado americano havia confirmado que Washington vai enviar mais US$ 1,85 bilhão em ajuda militar a Kyiv, incluindo a primeira transferência do sistema Patriot. Com isso, a ajuda militar dos Estados Unidos aos ucranianos chega a US$ 21,9 bilhões.

Na coletiva, Biden destacou que levará “algum tempo para concluir o treinamento necessário” para operar o sistema Patriot, mas que seus mísseis serão um “recurso crítico” para a defesa da Ucrânia.

À noite, em discurso em sessão conjunta do Congresso americano, Zelensky foi muito aplaudido por parlamentares democratas e republicanos.

“Contra todas as probabilidades e cenários pessimistas, a Ucrânia não caiu. A Ucrânia está viva e resistindo”, disse o presidente ucraniano, que agradeceu novamente pelo apoio dos Estados Unidos, mas cobrou mais ajuda.

“Temos artilharia, sim, obrigado. É o suficiente? Na verdade, não”, afirmou, para depois garantir que a ajuda de outros países está sendo usada com responsabilidade: “Seu dinheiro não é caridade. É um investimento”.

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