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O representante americano na CIJ, Richard Visek (à direita), e o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad Al-Maliki (à esquerda), durante a audiência do tribunal nesta quarta-feira (21)
O representante americano na CIJ, Richard Visek (à direita), e o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad Al-Maliki (à esquerda), durante a audiência do tribunal nesta quarta-feira (21)| Foto: EFE/EPA/Robin van Lonkhuijsen

Os Estados Unidos defenderam nesta quarta-feira (21) na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que a solução para o conflito no Oriente Médio, envolvendo Israel e a Palestina, depende de negociações entre as partes e da garantia da segurança do Estado israelense.

O representante dos EUA, Richard Visek, afirmou que a retirada das forças israelenses tanto da Cisjordânia quanto da Faixa de Gaza requer considerar as necessidades de segurança de Israel, especialmente após o ataque perpetrado pelo grupo terrorista Hamas em 7 de outubro, que matou vários civis israelenses.

Desde o ataque, as forças israelenses estão realizando operações nos territórios palestinos com o objetivo de eliminar os grupos terroristas que atuam nestes locais. As tropas também lutam para resgatar os reféns que foram sequestrados em outubro e que ainda estão sob controle do Hamas.

Visek rechaçou que a CIJ emita um parecer que exija uma retirada unilateral e imediata de Israel desses locais, que não leve em conta as legítimas necessidades de segurança do Estado israelense.

Em resposta aos países que se pronunciaram nas audiências e criticaram o apoio americano à ofensiva israelense, Visek assegurou que os EUA “declararam repetidamente sua forte oposição a qualquer tentativa unilateral de alterar pela força o estatuto pacificamente estabelecido de territórios em qualquer parte do mundo”.

Visek pontuou que o conflito em curso não pode ser resolvido com violência ou ações unilaterais, e instou a CIJ a apoiar e promover uma realização final de paz e estabilidade no âmbito das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Por sua parte, o embaixador russo em Haia, Vladimir Tarabrin, acusou os Estados Unidos de manter uma “abordagem míope e irresponsável” sobre o Oriente Médio, o que, segundo ele, “diluiu os processos políticos e favoreceu a visão de um lado da solução”.

Tarabrin disse que esta “política errática” de Washington conduziu a um “fracasso que custou milhares de vidas inocentes” e que a segurança “tanto dos israelenses como dos palestinos só pode ser garantida se a causa profunda da crise for abordada”.

O russo disse que as imagens que viu de Gaza são “aterrorizantes” e que “a violência atingiu uma escala sem precedentes e catastrófica”.

Apesar disso, Tarabrin enviou uma mensagem sincera aos israelenses que perderam membros de suas famílias durante os ataques de 7 de outubro, mas disse que este “fato não pode justificar” o que classificou como um “castigo coletivo de mais de 2 milhões de habitantes de Gaza”.

O embaixador russo disse que a CIJ deveria concluir que Israel tem a “obrigação legal de respeitar o direito do povo palestino à autodeterminação e de parar todas as atividades”, que chamou de “colonização”, nos territórios que ele afirma estarem sob “ocupação”. Ele também pontuou que os israelenses devem suspender “atividades que impeçam a obtenção de um acordo que leve a um Estado palestino independente, viável e contíguo, com Jerusalém Oriental como sua capital”.

A CIJ analisa esta semana o pedido da Assembleia Geral da ONU, feito em 2022, antes da ofensiva em Gaza, para emitir uma opinião jurídica não vinculativa sobre o assunto. (Com Agência EFE)

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