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O candidato à presidência e vencedor do primeiro turno nas eleições da Argentina, Sergio Massa, discursa no Ministério da Economia após a vitória, em Buenos Aires
O candidato à presidência e vencedor do primeiro turno nas eleições da Argentina, Sergio Massa, discursa no Ministério da Economia após a vitória, em Buenos Aires| Foto: EFE/ Enrique García Medina

Um dia após o resultado das eleições na Argentina, nesta segunda-feira (23), o atual ministro da Economia e vencedor do primeiro turno eleitoral, Sergio Massa, anunciou o lançamento de um novo dólar de exportação para bens e serviços.

A medida entrará em vigor "nas próximas horas", segundo o peronista, e tem o objetivo de "acalmar" o mercado, que apresentou queda dos títulos soberanos e das ações argentinas na bolsa de valores com a vitória do candidato governista.

Massa não especificou qual será a cotação do novo "dólar exportador", que deve valer, inicialmente, por 30 dias, período no qual está inserido o segundo turno das eleições presidenciais de 19 de novembro.

Nesta segunda-feira (23), os mercados de títulos e ações da Argentina caíram após os 36% de votos que o peronista conquistou nas urnas, fenômeno que pode ser relacionado ao seu Plano Prata, que inclui uma série de benefícios econômicos e sociais aos argentinos.

Com o resultado, os títulos soberanos argentinos caíram em média 7% em dólares e o índice S&P Merval, das principais ações da Bolsa de Valores de Buenos Aires, despencou 12,36%.

Novo acordo com o FMI

O ministro da Economia da Argentina disse ainda nesta segunda-feira (23) que, se vencer o libertário Javier Milei no segundo turno do pleito para a chefia da Casa Rosada, tentará discutir com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um programa de refinanciamento "associado ao crescimento e ao desenvolvimento" do país.

Em sua primeira aparição pública após o primeiro turno da eleição presidencial, realizado no domingo (22), o candidato da coalizão governista União pela Pátria afirmou a jornalistas que o acordo com o FMI selado em 2022 para refinanciar a dívida de US$ 45 bilhões (R$ 225 bilhões), contraída em 2018, coloca a Argentina "em uma situação difícil".

"Eu ficaria feliz de não ter as restrições que tenho hoje no governo", disse o peronista.

O atual ministro da Economia afirmou que vai solicitar que o projeto de orçamento para 2024, que atualmente contempla um déficit fiscal primário de 0,9% do PIB, inclua um superávit primário de 1%, "decorrente do tratamento dos cortes de benefícios".

O ajuste fiscal é uma das metas impostas pelo programa do FMI, assinado em março de 2022, para refinanciar a dívida com a organização que, com juros, já chega a US$ 46 bilhões (R$ 230 bilhões).

Massa afirmou que seu país "precisa deixar de ser um mendigo crônico de dívidas e se tornar um vendedor de trabalho", o que seria uma de suas aspirações de política externa, caso se tornasse presidente da Argentina.

O candidato governista "garantiu" que a economia argentina "vai crescer" e que as exportações aumentarão "de forma sideral", em grande parte devido ao "saldo positivo" na balança de energia.

Além disso, Massa abordou a extensão do swap de moedas com a China, que permitirá, segundo ele, "fortalecer as reservas do Banco Central, aumentar a capacidade de intervenção e garantir que as obrigações (pagamento da dívida) que a Argentina tem possam ser cumpridas até o final do ano sem maiores dificuldades".

Na semana passada, a Argentina ativou a segunda parcela do swap cambial com a China, garantindo a disponibilidade de cerca de US$ 6,5 bilhões (R$ 32,9 bilhões).

Massa reivindicou o valor do país asiático como "um dos cinco parceiros comerciais mais importantes", um fluxo que ele espera consolidar, ao mesmo tempo em que exigiu que "a mão de obra argentina tenha acesso ao mercado chinês com o mínimo de restrições". (Com agência EFE)

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