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Entre bombeiros de Ponta Grossa, foram cadastrados todos que têm passaporte | Arquivo/ Gazeta do Povo
Entre bombeiros de Ponta Grossa, foram cadastrados todos que têm passaporte| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Fome

Paranaenses fazem doações em comida, leite e suco

Adriano Kotsan

No Paraná, desde a última segunda-feira, está sendo realizada uma campanha de doação de alimentos para os haitianos. Quartéis do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar (PM) estão recebendo donativos como leite longa vida (embalagem com 12 unidades), sucos de frutas prontos para consumo de 1 litro (embalagem com 12 unidades), barras de cereais e bolachas em caixas lacradas e alimentos enlatados de fácil abertura e prontos para o consumo.

"Muitas pessoas estão entrando em contato e perguntando onde podem doar. Muitos querem doar roupas, mas isso não é necessário neste momento", explicou o subtenente Luiz Cláudio Trierweiler, da Defesa Civil.

Missionários Redentoristas do Paraná e do Mato Grosso do Sul iniciaram a campanha SOS Haiti, para arrecadar doações para as vítimas do terremoto. Onze paróquias dos dois estados destinaram ao Haiti 50% da coleta de todas as celebrações realizadas no último final de semana. Hoje, dia da tradicional Novena do Perpétuo Socorro no Alto da Glória em Curitiba, metade da arrecadação também será enviada para o Haiti. A expectativa é que mais de 40 mil pessoas passem pelo santuário.

As agências humanitárias da Organização das Nações Uni­­das (ONU) vão lançar um apelo emer­­gencial por aproximadamente US$ 550 milhões para ajudar sobreviventes do terremoto no Haiti, disse uma porta-voz da or­­ganização.

Conforme um comunicado da ONU, com o fundo de mais de US$ 550 milhões, o total da ajuda obtida já ultrapassou US$ 1,2 bilhão. "Isso (a ajuda) vai em uma boa direção, esperamos que o esforço continue", disse Elisabeth Byrs, porta-voz do braço de ajuda humanitária do or­­ganismo internacional (Ocha). Por outro lado, apenas 19% da ajuda prometida já foi entregue.

Segundo Byrs, há 17 equipes de busca e resgate em ação na capital haitiana, Porto Príncipe, e outras seis a caminho, mas que não são necessárias mais, por enquanto. "Existem bolsões de sobreviventes. Não devemos abandonar a esperança’’, disse a porta-voz Elisabeth Byrs. "As equipes estão trabalhando noite e dia.’’ Segundo ela, não são precisos mais hospitais de campo, mas são necessárias com ur­­gência mais equipes médicas, incluindo cirurgiões e medicamentos.

Pelo menos 10% das casas na capital foram destruídas, deixando cerca de 300 mil pessoas desabrigadas, mas em algumas áreas 50% das construções desmoronaram ou estão seriamente danificadas, segundo uma avaliação preliminar de especialistas da ONU.

Pelo apelo da ONU, o Progra­­ma Mundial de Alimentos vai buscar fornecer rações alimentares durante 30 dias para 2 milhões de pessoas que perderam tudo. Uma operação de mais longo prazo está sendo planejada para durar até 15 de ju­­lho. "Precisamos de biscoitos energéticos e refeições prontas, o mais rapidamente possível’’, disse a porta-voz Emilia Casella.

Efetivo ampliado

Ainda ontem, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade o envio de mais 3.500 militares e policiais para integrar a missão de estabilização que o organismo internacional mantém no Haiti. Os novos membros teriam a missão de garantir a ajuda às cerca de 3 mi­­lhões atingidos pelo terremoto de 7 graus.

A medida aprovada prevê o envio de mais 2.000 soldados extras – que devem se juntar aos 7.000 soldados das tropas de paz já destacados no país – e outros 1.500 policiais aos cerca de 2.100 homens da força policial internacional que já atuam no Haiti. "O envio contribuirá para a manutenção da paz e para o apoio às esforços de reconstrução", disse o presidente do Con­­selho, o embaixador chinês Zhang Yesui, após a votação.

O chefe das tropas de paz da ONU, Alain Le Roy, afirmou que os soldados extras são essenciais devido ao "enorme" número de pedidos de escolta de comboios humanitários.

Ele disse ainda que a ONU precisa de tropas extras para garantir a segurança nas rotas, e para a formação de uma força reserva, para atuar caso a segurança se deteriore ainda mais.

Segundo Le Roy, as forças de se­­­­gurança adicionais são ne­­cessárias em todos os locais de distribuição de alimentos e água.

Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia defendido, durante visita ao Haiti, o aumento na assistência humanitária aos desabrigados, além da garantia da coordenação da da ajuda internacional que está sendo enviada ao país – o mais pobre da América.

No Haiti, Ban também vi­­sitou a área onde ficava o Pa­­lácio Presidencial e sobrevoou a capital para avaliar os danos.

Pouco antes de deixar a sede da ONU em Nova Ior­­que, ele afirmou que esta é "a crise humanitária mais grave" ocorrida em décadas.

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