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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira (20) que não haverá paz no Oriente Médio enquanto os Estados Unidos atuarem como "tutor" na região. Ele defendeu a política externa brasileira e a maior participação de outros países na negociação. Lula participou nesta tarde em Brasília de uma cerimônia de promoção de oficiais-generais das Forças Armadas.

"Não haverá paz no Oriente Médio enquanto os Estados Unidos forem tutor da paz. É preciso envolver outros países para negociar. Não é questão dos Estados Unidos, mas é de saber quem pode conversar", afirmou o presidente brasileiro.

Lula defendeu a política externa brasileira e a relação com o Irã. Ele destacou que dez dias antes de viajar para o país muçulmano recebeu uma carta do presidente norte-americano Barack Obama com "condições" sobre o programa nuclear iraniano.

Segundo Lula, todas as condições foram aceitas pelo presidente Mahmoud Ahamadinejad. Mesmo assim, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aplicou sanções àquele país.

Na visão de Lula, as sanções ocorreram porque a negociação foi conduzida por Brasil e Turquia e não pelos países do Conselho de Segurança. "A única explicação é de que era preciso punir o Irã porque o Brasil e a Turquia tinham se metido em seara de país desenvolvido", comentou.

Sem pedir licença

O presidente rebateu ainda críticas que recebeu pela relação com o Irã. Segundo Lula, as pessoas que recomendaram que o Brasil não se "metesse" no tema preferiam ser tratadas de forma "subalterna" e "inferior". "O Brasil não tem de pedir licença para fazer o que acredita que tem de ser feito", disse.

Lula contou ainda uma história que diz ter acontecido no primeiro ano de mandato. Em um evento na França, Lula esteve com vários líderes internacionais e sentou-se em uma mesa com Kofi Anan, então secretário-geral da ONU. Na sequência, chegou o então presidente norte-americano, George W. Bush, e todos se levantaram. Lula não se levantou porque ninguém tinha tido a mesma deferência com ele. O presidente brasileiro contou que foi cumprimentado por Bush e que o norte-americano sentou-se na mesa com ele. "Isso é a demonstração que subserviência não leva ninguém a lugar nenhum".

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