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“Não podemos tratar a igreja como a política”, afirma Marcio Antonio Campos

"Não podemos tratar a igreja como a política", afirma Márcio Campos
Editorialista e especialista em Vaticano, Marcio Campos, ressalta que igreja não pode ser separada como "de esquerda ou de direita". (Foto: Reprodução/YouTube)

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O programa Café com a Gazeta do Povo desta terça-feira (22) trouxe toda a repercussão da morte de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco. O pontífice morreu na segunda-feira (21) devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de insuficiência cardíaca, conforme noticiado pela imprensa italiana. O editorialista e especialista em Vaticano, Marcio Antonio Campos, detalhou o legado deixado por Francisco e detalhou a contribuição para a igreja católica e a sociedade. Ele reforçou que não se pode tratar a igreja como a política e defini-la como "de esquerda ou de direita".

"Certamente foi um papa inovador, que ficou conhecido pelas inúmeras entrevistas concedidas a jornalistas de diferentes espectros políticos, bem como as famosas entrevistas dadas dentro dos aviões. Muitas frases icônicas fora ditas em ambientes mais espontâneos e com ênfase em assuntos como a misericórdia, como um papa que trouxe isso, mesmo com antecessores com perfis diferentes", explicou.

Acerca das diferenças entre Francisco e os anteriores, Campos enfatiza que não se pode colocar a atuação de cada um em uma caixa como o que geralmente se faz com os políticos. Segundo ele, a igreja tem muito mais complexidade do que os rótulos que se acostumam a dar sobre perfis.

"Na política você impõe seu próprio programa, você tem suas convicções e você aplica aquele programa. O papa não está lá em nome dele, mas em nome de Deus, governando a fé de um bilhão e meio de pessoas. Ele não faz tudo o que quer. Muita gente já está palpitando sobre como a igreja tem que ser, mas o papa não faz tudo o que ele quer. Existe um código moral que ele não pode alterar", esmiuçou.

Quem são os cardeais mais cotados para suceder Francisco

A Gazeta do Povo publicou, com exclusividade, os perfis dos cardeais considerados candidatos mais fortes pelos experientes vaticanistas Diane Montagna e Edward Pentin. Eles são os autores do College of Cardinals Report, projeto on-line que mapeia todos os cardeais, com destaque para os papabili, que ganham perfis mais aprofundados. São cardeais de todos os continentes, com posições na Cúria Romana ou em dioceses importantes ao redor do mundo, com várias idades – um fator que pode pesar na escolha – e opiniões diversas.

Entre os sete brasileiros que poderão votar na eleição, não há nenhum com grandes chances de ser escolhido. O nome mais conhecido é o do cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, que participou do conclave de 2013.

Naquela ocasião, Scherer foi apontado por vários vaticanistas como um dos candidatos com mais apoio inicial, ao lado de nomes como o italiano Angelo Scola. Reportagens da época diziam que ele tinha aprovação de setores da Cúria contrários à eleição de Scola.

Doze anos depois, porém, o contexto é outro. Scherer, que tem hoje 75 anos, não tem sido citado com frequência por especialistas em informações sobre o Vaticano.

O Café com a Gazeta do Povo vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h30, no YouTube.

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