
Lá se vão 40 anos. Atualmente, o feito impressiona. Em um dia como hoje, sentamos à frente da televisão e assistimos fascinados aos primeiros passos do homem na Lua. Depois, nunca mais os astronautas voltaram lá. Mas a Nasa, agência espacial americana, não desistiu de perseguir o sonho.
A agência só quer saber agora do futuro, do programa Constellation, que pretende levar o homem à Lua até 2020. A construção do próximo meio de transporte já começou. Espalhados pelo país inteiro pesquisadores, engenheiros, astronautas trabalham intensamente para viabilizar a ida do homem à Lua, mais uma vez. A nave espacial será a Órion, com até seis lugares. Mas para os astronautas chegarem lá será preciso mais. Um módulo lunar - o Altair - e dois foguetes - o Ares 1 e o Ares 5.
Primeiro vai o módulo Altair - a casa dos astronautas na Lua - levado pelo foguete Ares 5. Depois, segue a cápsula Órion, com os astronautas - todos carregados pela força do Ares 1. No espaço, os foguetes deixam Órion e Altair em órbita. Eles se acoplam para seguir viagem e pousar na Lua.
A Nasa também já começou a testar o novo veículo que pretende colocar para rodar na Lua. Cheio de tecnologia e segurança, o carro lembra um trator. Tem 12 rodas e capacidade para duas pessoas. Há lugares para alimentação, instalações sanitárias, computadores - que permitirão os astronautas ficarem ali dentro por até 14 dias.
Mas antes de fazer tudo isso funcionar, os astronautas da Nasa querem saber onde vão pisar. No mês passado uma sonda partiu em direção à Lua. Foi até lá para testar sistemas de voo, identificar locais de pouso, transmitir para a Terra imagens que nenhum telescópio consegue captar. As informações já ajudaram os técnicos da Nasa a simular o futuro. Em uma animação cheia de cores eles mostraram como deve ser 2020, quando os americanos deverão fincar o pé, de novo, na Lua.
Brasileiros não acreditam que o homem foi à Lua
Na Lua, um grande salto para a humanidade. Mas ainda há uma enorme desconfiança, que resiste ao tempo. "É mentira", diz uma mulher.
Essa é também a teoria do agricultor José Andreazi, de 67 anos. Ele passou aquele dia histórico grudado no rádio: "Pensava que eles queriam ser mais que Deus", lembra. Anos depois, viu pela TV as imagens da Apollo 11. Mas nunca colocou fé na conquista: "Eles subiram, mas parar e descer na Lua, não sei se é verdade", desconfia.
O roupeiro Osni dos Santos, de Londrina, já virou figura folclórica no assunto. Para o roupeiro de 50 anos, foi tudo uma grande farsa, filmada em estúdios de Hollywood: "Só pode ser montagem. Em filme, você vai para Marte, para todo lado, passa para outra dimensão. Por que não voltaram até hoje, 40 anos depois?", questiona. No desfile de teorias conspiratórias, sobrou até para a Apollo 11: "Parece uma alegoria de carnaval, cheia de ponta para todo lado. Como vai chegar com um negócio desses até a Lua?", diz o roupeiro.
É uma descrença que passa de geração para geração. É exatamente isso que Osni ensina para as filhas: "Digo que o homem não foi à Lua. Não adianta escutar professores. A menor acredita em mim, porque não leu tudo. As maiores discordam. Mas eu insisto em dizer que não foi", conta Osni.
No Maranhão, mais histórias curiosasAlcântara fica em uma península a 2º da linha do Equador. Uma posição estratégica para o Brasil na corrida espacial. Os foguetes são lançados com uma economia de até 20% no consumo de combustível. Por causa disso, o Centro Aeroespacial de Alcântara tem a missão de colocar um satélite em órbita. Mas tanto avanço não convence os vizinhos da tecnologia. Há quem duvide até mesmo que o homem foi á Lua.
"Como é que você vai entrar na Lua se ela é redonda e ela não tem porta?", questiona Raimundo Vieira.
Naquele 20 de julho de 1969, quando o homem tocou pela primeira vez o solo lunar, a agricultora Maria José Vieira tinha só 7 anos. Jamais soube da conquista histórica. Até hoje, a Lua - para ela - é uma morada sagrada: "São Jorge fica lá, com aquela espada. Mas o homem, para a Lua, nunca vai".
A Lua por aqui tem outra função. "Já que à noite não tem sol, a lua serve como uma lâmpada", explica a estudante Carla Petrus. A Lua que ilumina as ruínas históricas também desafia a imaginação nas noites de Alcântara. "Por que o homem nunca foi ao Sol?", pergunta o servidor público José de Ribamar Ribeiro.
Em Aracaju, desconfiançaEntre o céu e a Terra há muitos mistérios difíceis de serem desvendados. Testemunhas da história, uma turma de mais de 60 anos se divide quanto à veracidade do que aconteceu há 40 anos.
Homem na Lua: verdade?
"Muita gente não acredita, eu acredito porque eu vi", diz o aposentado Valmir Guerra.
Ou mito?
"Eu vi pela televisão, ouvi pelo rádio, mas não acredito", desconfia o aposentado José Nildo de Oliveira.
Essa não é uma dúvida que paira somente entre os mais antigos.
"Até ficaram pela órbita, porque foi lançado o foguete, mas descer lá, não, porque todas as fotos têm vestígios de falhas", aponta Edson dos Santos Silva.
Efeitos do cinema, fotos forjadas - cada um tem uma justificativa para duvidar.
"Enganaram o povo, o homem não foi à Lua e nunca vai", garante a aposentado Ildo Tompson Dantas.
Verdade ou não, o certo é que a Lua continua a brilhar nas belas noites da Terra. Sempre solitária, majestosa, inspiradora e, bem do jeito dela, não está nem aí para essa polêmica.



