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Ciência

Nave espacial descobre oceano em lua saturnina

Cassini orbita Saturno há dez anos e encontrou água em estado líquido debaixo de crosta congelada em Encélado

Imagem de Saturno divulgada pela Nasa e feita pela espaçonave Cassini | Nasa/Reuters
Imagem de Saturno divulgada pela Nasa e feita pela espaçonave Cassini (Foto: Nasa/Reuters)

A pequenina lua Encélado, de Saturno, esconde um oceano de água líquida sob sua crosta congelada.

A descoberta, que amplia o leque de objetos no Sistema Solar que podem abrigar vida, foi feita graças à espaçonave Cassini, que já opera há dez anos na órbita do planeta famoso por seus anéis.

Os pesquisadores usaram uma maneira criativa de investigar o interior da lua, com apenas 504 quilômetros de diâmetro. Eles simplesmente deixaram a Cassini passar perto dela e mediram os efeitos gravitacionais resultantes.

Foram três sobrevoos desse tipo, passando a menos de 100 km da superfície de Encélado. Medindo distorções nos sinais de rádio enviados pela sonda, os cientistas conseguem detectar pequenos desvios de curso da espaçonave – da ordem de 1 mm – causados pela interação com a gravidade da lua.

Com esse mapeamento do campo gravitacional, eles descobriram anomalias no polo sul do satélite natural que seriam explicadas se Encélado tivesse uma estrutura interna diferenciada, com um núcleo de rocha e um oceano regional de água líquida sob 30 ou 40 km de gelo no hemisfério Sul.

Quebra-cabeça

O achado é compatível com descobertas anteriores feitas pela Cassini, que havia identificado plumas de água líquida emanadas de rachaduras sobre o polo sul de Encélado.

Juntando tudo, os cientistas imaginam que esses jatos estejam vindo do oceano que há sob a crosta de gelo. Mas ainda há muitas interrogações.

O mecanismo exato que preserva a água em estado líquido nessa região fria do Sistema Solar ainda é misterioso.

Acredita-se que o fenômeno esteja ligado ao efeito de maré provocado por Saturno, conforme Encélado viaja em sua órbita ao redor dele. Contudo, antes da chegada da Cassini, nenhum cientista apostava que haveria energia suficiente para produzir um oceano líquido.

Os pesquisadores agora imaginam que talvez seja um processo transitório, em que a lua periodicamente passa por achatamentos e circularizações de sua órbita.

Acompanhando esse processo, o oceano congelaria e derreteria sucessivas vezes, ao longo dos 4,6 bilhões de anos de existência do Sistema Solar.

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