
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou ontem que houve avanços importantes nas negociações entre governo e as forças de oposição na Venezuela, que estiveram reunidos em Caracas.
Segundo o chanceler, as duas partes declararam sua condenação à violência, "venha de onde vier", e decidiram pela criação de uma comissão da verdade, composta por representantes políticos e demais membros da sociedade venezuelana para investigar as denúncias recentes de violência.
"O propósito é analisar todos os fatos conhecidos no âmbito desses distúrbios pelos quais passou a Venezuela nos últimos meses. Isso quer dizer as mortes acontecidas, a investigação de como essas mortes aconteceram, determinação de autoria, mas também os casos apresentados pela oposição de abusos e violações de direitos humanos", disse Figueiredo.
O chanceler brasileiro participou da reunião como convidado. Além dele, os chanceleres da Colômbia, Equador e Vaticano foram chamados pelo governo e oposição para acompanhar o processo de diálogo na condição de "terceira parte de boa fé".
Manifestações
A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que tem sido violentamente abafada pelas forças policiais. Mais de 40 pessoas morreram desde o começo das manifestações.
Figueiredo afirmou que há uma clara disposição das duas partes em defender o fim da violência não o fim das manifestações. "As manifestações, o próprio governo disse isso, são maneiras democráticas de manifestação popular, e isso irá continuar. O que não é possível é a violência, medidas que prejudiquem a vida das pessoas, a circulação livre das pessoas", disse Figueiredo. A próxima reunião de diálogo deve ocorrer na próxima semana.
Anistia
O governo venezuelano mostrou disposição para discutir um projeto de anistia aos presos políticos, uma das demandas da oposição.



