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O calendário das discussões para a negociação de paz entre autoridades isralenses e palestinas deve levar pelo menos nove meses, informou o Departamento de Estado dos EUA.

"Vamos fazer todos os esforços para obtermos um acordo durante este período, mas (...) não se trata de uma data limite", disse Jennifer Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.

A nova negociação, que tem início nesta segunda-feira (29), em Washington, foi promovida pelo secretário de Estado americano, John Kerry, dando fim a um silêncio entre os dois lados que estava em vigor desde 2010, devido à insistência de Israel em ampliar assentamentos na Cisjordânia ocupada.

Mais cedo, o presidente Obama elogiou a disposição dos dois países, afirmando que é um passo promissor, mas que há um trabalho duro e escolhas difíceis para ambos os lados. "Tenho esperanças de que tanto os israelenses quanto os palestinos abordarão essas negociações com boa-fé e com foco sustentado e determinação".As últimas negociações de paz foram curtas devido à decisão de Israel de manter a colonização da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

Desta vez, as negociações serão dirigidas pela ministra de Justiça Tzipi Livni, no lado israelense, e pelo chefe dos negociadores palestinos Saeb Erakat, com a presença permanente de funcionários de alto escalão de ambos os governos.Como prova da fragilidade deste início de negociações está a decisão do governo israelense, anunciada ontem, de aprovar a libertação de 104 prisioneiros palestinos detidos antes dos acordos de Oslo de 1993, que foi bem recebida pela Autoridade Palestina, mas que provocou fortes reações em Israel.Fronteiras

Os palestinos, com apoio internacional, querem que seu futuro Estado tenha fronteiras semelhantes às que vigoravam antes do avanço territorial de Israel na guerra de 1967 --o que abrange a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e a adjacente Jerusalém Oriental.

Yasser Abed Rabbo, alto funcionário da Organização para a Libertação da Palestina, disse que o convite dos EUA não informava quais disputas seriam discutidas, mas ele afirmou à rádio Voz da Palestina que a discussão "irá começar, em princípio, com as questões de fronteiras e segurança".

Netanyahu resiste aos apelos dos palestinos para que aceite de antemão as fronteiras pré-1967. Shalom disse que essa posição israelense contribuirá para que as negociações, programadas para durarem nove meses, sejam abrangentes.

"Se a questão das fronteiras e territórios fosse cedida, que incentivo eles [palestinos] teriam para fazer concessões na questão dos refugiados ou de Jerusalém?", argumentou.

Israel considera Jerusalém inteira como sua capital "eterna e indivisível", status que não é reconhecido internacionalmente. Além disso, o país pretende preservar alguns blocos de assentamentos na Cisjordânia.

O outro ponto complicado é o destino dos refugiados palestinos da guerra de independência de Israel, em 1948, junto com seus milhões de descendentes, que reivindicam o direito de voltar às suas terras.

Os israelenses dizem que isso seria um suicídio demográfico, e que os refugiados precisam se instalar na futura Palestina ou em outro lugar.

Obama

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou a disposição de Israel e dos palestinos de retomarem as negociações de paz. No entanto, alertou que há um caminho duro pela frente.Em comunicado, Obama afirmou que é um passo promissor de Israel e palestinos, mas há um trabalho duro e escolhas difíceis para ambos os lados. "Tenho esperanças de que tanto os israelenses quanto os palestinos abordarão essas negociações com boa-fé e com foco sustentado e determinação".

Mais cedo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, indicou o ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel Martin Indyk como principal enviado para o diálogo.

"Não é um segredo, portanto, que há muitas escolhas difíceis pela frente para os negociadores e líderes, uma vez que buscamos compromissos razoáveis em questões difíceis, complicadas, emocionais e simbólicas.", disse Kerry a jornalistas.Nas frustradas tentativas anteriores de resolver o conflito, as questões mais simples eram discutidas antes, deixando as mais espinhosas --como o status de Jerusalém e o futuro dos refugiados palestinos-- para mais tarde.

Desta vez, "todas as questões que estão no centro de um acordo permanente serão negociadas simultaneamente", disse o ministro israelense Silvan Shalom, do partido direitista Likud, à Rádio do Exército de Israel.

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