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Uma colmeia não parece ser o lugar adequado para examinar a individualidade, a flexibilidade no trabalho e a mobilidade social.

Mas, usando novas técnicas para analisar o comportamento das abelhas, pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign descobriram recentemente que a vida de uma abelha não é tão rigidamente determinada quanto se pensava.

Os pesquisadores descobriram que uma elite de 20% das abelhas operárias respondem por 50% de toda a coleta de néctar e pólen, e depois concluíram que a participação nesse grupo era surpreendentemente flexível.

Quando as abelhas de elite foram retiradas da colmeia, abelhas menos esforçadas elevaram sua atividade, e uma nova elite surgiu.

Gene Robinson, diretor do Instituto de Biologia Genômica na universidade, disse que ele e seus colegas examinaram o comportamento das abelhas de uma maneira nova por causa de "uma valorização crescente do papel do indivíduo entre os insetos sociais".

Isolar as diferenças de atividade individuais na coleta de néctar exigiu o uso de ferramentas para observar abelhas e analisar dados.

Para trabalhar na primeira parte do problema, contou Robinson, os cientistas tiveram a colaboração de Paul Tenczar, que se aposentou do trabalho de empreendedor da computação e se tornou um entusiasmado cientista-cidadão.

Ele ajudou a desenvolver um sistema de observação com etiquetas eletrônicas de identificação para as abelhas, tubos de entrada e saída numa colmeia e scanners para controlar a passagem das abelhas pelos tubos (pense no pedágio de uma estrada).

Ferramentas analíticas também precisaram ser desenvolvidas para entender e interpretar os dados, segundo Robinson.

Os resultados, que a equipe relatou na revista "Animal Behaviour", mostraram inicialmente que havia um grupo de elite entre as abelhas operárias.

Eliminando as abelhas mais eficientes, a equipe descobriu que outras abelhas tomavam o seu lugar. Era, segundo Robinson, um "elitismo com traço populista".

Nessa garimpagem de dados, eles também descobriram que, ao longo da vida de cada abelha, os padrões de atividade de coleta de néctar oscilavam e que elas tinham diferentes histórias de vida.

Esse uso dos metadados para o estudo do comportamento é análogo ao que se faz para acompanhar o consumo das pessoas.

As técnicas, disse Robinson, mostram o poder do monitoramento para "revelar dados antes inacessíveis sobre o comportamento individual" dos insetos.

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