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Os bonés de ciclista são moda street popular. Um ciclista usando boné Castelli preto e vermelho. | Deidre Schoo/The New York Times
Os bonés de ciclista são moda street popular. Um ciclista usando boné Castelli preto e vermelho.| Foto: Deidre Schoo/The New York Times

No desfile de moda masculina da Moschino, em junho, os modelos usaram ou coroas douradas ou bonés de ciclista. Em alguns looks as coroas foram sobrepostas aos bonés. A novidade ilustrou a presença conquistada pelos bonés e foi um gesto pessoal do estilista Jeremy Scott, que recebeu os aplausos ao final usando um deles.

Scott usa bonés há mais ou menos dez anos. “Me surpreende que seja a primeira vez que eu os crio”, ele falou. “Os bonés são deslumbrantes. A aba pequena funciona bem com a proporção de meu nariz e o sombreado de meu rosto.”

Além disso, os bonés são aerodinâmicos e não saem voando sob altas velocidades, embora isso não preocupe o estilista. “Pratico SoulCycle”, ele explicou, aludindo a um estúdio de bicicletas ergométricas.

Os bonés de algodão da Moschino custam a partir de US$310.

Os bonés de ciclismo ganharam a adesão de um grupo crescente de homens descolados, quer tenham bike ou não. O fato de estarem fazendo sucesso fora das ciclovias é surpreendente. Sua beleza consiste em sua feiura. Normalmente feitos de cores primárias conflitantes, com logotipos berrantes, os bonés não combinam com nada –logo, combinam com tudo.

Bonés estampados com a palavra “Brooklyn” se alastraram pelo mundo. Surpreendentemente, são produzidos pela empresa de bikes italiana Giordana. A marca italiana Brooklyn Gum patrocinou um time de corridas na década de 1970. E, agora que o Brooklyn, em Nova York, é visto como sinônimo de tudo o que é cool, os bonés estão se multiplicando.

“Vendemos cem deles por mês”, contou Chung Pai, dono da Landmark Bicycles, no Brooklyn.

Versões diversas do boné de ciclista de hoje existem desde o início do século 20. Elas eram brancas, desinteressantes e puramente funcionais, feitas para proteger os olhos do sol e da chuva e absorver a transpiração. Às vezes os ciclistas colocavam uma folha molhada de repolho por baixo do boné, para refrescar a cabeça.

Depois da Segunda Guerra Mundial, empresas italianas aprimoraram o estilo. Logotipos de empresas de bicicletas e patrocinadores de times começaram a aparecer sobre os bonés.

Não é a primeira vez que os bonés de ciclistas adentram o domínio cíclico da moda. No filme de 1979 “Correndo pela Vitória”, o boné garantiu destaque ao protagonista, candidato a ciclista profissional. No início dos anos 1990, bonés foram associados a Wesley Snipes em “Homens Brancos Não Sabem Enterrar” e viraram parte comum da moda street e dos clubbers.

Hoje a presença dos bonés nos esportes diminuiu. A União Ciclística Internacional tornou obrigatório o uso do capacete.

O mercado dos bonés é dominado por companhias italianas como a Bianchi e a Cinelli, mas marcas independentes vêm crescendo também, como é o caso da Rothera Cycling, de Austin, Texas. A Milltag, de Londres, produz bonés de edição limitada e customizados. Ela domina o nicho musical, criando bonés para bandas como The Pixies, Ride e The Fall.

Bill Strickland, editor da revista “Bicycling”, comentou: “Não há a menor dúvida de que é estranho. A aba é pequena e o ajuste do boné na cabeça é engraçado, mas o boné é o emblema do ciclista. Raspar as pernas é uma coisa esquisita de se fazer e não traz grandes benefícios. Mas você se orgulha disso. ‘Sou ciclista. Este sou eu.’ Com o boné, é a mesma coisa.”

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