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Investidores chineses descobrem a Espanha

O Edificio España ficou vazio durante anos até que um dos homens mais ricos da China o comprou | Susana Vera/Reuters
O Edificio España ficou vazio durante anos até que um dos homens mais ricos da China o comprou (Foto: Susana Vera/Reuters)

Em junho, um dos homens mais ricos da China, Wang Jianlin, comprou um prédio comercial famoso em Madri que, durante anos, ficou vazio; construído na era franquista, tornou-se símbolo do colapso do mercado imobiliário espanhol.

A aquisição do Edificio España, de 25 andares, pelo conglomerado de Wang, o Grupo Dalian Wanda, por 265 milhões de euros (US$340 milhões), foi visto aqui como prova da recuperação do mercado imobiliário nacional – e de que a Espanha tem destaque nos planos dos investidores chineses.

"A transação coloca a Espanha no mapa dos investidores institucionais chineses, que geralmente se sentem muito mais à vontade para entrar num novo mercado depois de virem que pelo uma transação grande deu certo", diz Fernando de Góngora da Reliance Star Partners, firma de consultoria de Hong Kong.

O governo espanhol tomou várias medidas para fazer com que os estrangeiros se sentissem bem-vindos: como, por exemplo, banir este ano a lei que permitia ao Tribunal Nacional da Espanha indiciar líderes políticos chineses acusados de violação de direitos humanos no Tibete. Além disso, investidores chineses individuais foram beneficiados com um programa que permite a estrangeiros comprar propriedades na Espanha para pedir residência.

Jaime García-Legaz, Secretário estadual da Economia , conta que o nível atual de acordos fechados na Espanha "representam pequenos investimentos, mas o mais importante é o interesse da China".

Quando as empresas espanholas espicham o olho para os mercados emergentes, geralmente se concentram na América Latina. A China aparece como o 26« destino do investimento espanhol, representando apenas 0,5 por cento das aplicações diretas estrangeiras totais do país, de acordo com um relatório da Esade, famosa escola de Administração espanhola.

A Repsol, empresa de energia nacional, está envolvida em uma joint venture com a Sinopec, sua correspondente chinesa, para explorar petróleo no Brasil. Mais típico é o caso do BBVA, financeira espanhola que ganha mais com as operações no México do que no mercado nacional. O BBVA decidiu, em outubro de 2013, cortar sua participação no Citic Bank, parte de um conglomerado controlado pelo governo chinês, para conseguir preencher os requisitos internacionais de capital. E a Telefónica, gigante espanhola das telecomunicações, cortou pela metade sua participação na China Unicom, em 2012, para diminuir a dívida.

Ao mesmo tempo, apenas 60 empresas chinesas operam na Espanha, informa Ivana Casaburi, principal autora do relatório. O estudo mostra que os chineses estão aumentando drasticamente o investimento da Espanha, mas a partir de uma base modesta.

A compra do Edificio España pelo Dalian Wanda representa as verdadeiras pechinchas que investidores de qualquer parte do mundo podem encontrar no combalido mercado imobiliário espanhol. O conglomerado está pagando cerca de trinta por cento a menos que os 389 milhões de euros que o Banco Santander pagou em 2005. O Dalian Wanda pretende transformar a estrutura em apartamentos de luxo e um hotel.

"Os investidores chineses estão interessados principalmente em hotéis porque acreditam que os turistas conterrâneos devem se sentir como se estivessem em casa quando viajam", explica Ivana.

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