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Netflix e Marvel dão destaque a herói local

No panteão da Marvel, o Demolidor pode não ser o primeiro super-herói que você chamaria se estivesse numa enrascada.

Ele não possui o arsenal high-tech do Homem de Ferro, nem a força quase divina de Thor. Suas poucas tentativas de transcender os limites dos gibis incluem uma aparição pouco inspiradora no filme feito para a TV “Incredible Hulk”, de 1989, e um papel principal em um filme sem pé nem cabeça de 2003, estrelado por Ben Affleck.

Mas esse herói relegado ao descaso —advogado de dia, justiceiro e lutador à noite— hoje é crucial para as ambições da Marvel de levar seus personagens da página para a tela.

O Netflix já lançou todos os 13 capítulos da primeira temporada de “Daredevil”, com Charlie Cox como Matt Murdock, vítima de um acidente na infância que o deixou cego mas lhe conferiu poderes extra-sensoriais.

A empresa vai criar outros três seriados baseados nos personagens da Marvel Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. Todos são heróis que combatem a criminalidade nas ruas de Hell’s Kitchen, distrito perigoso do Midtown de Manhattan habitado por imigrantes, bandidos e universitários recém-formados.

Em seguida, uma minissérie, “The Defenders”, vai unir esses personagens num supertime. É uma estratégia que a Marvel e a Netflix esperam que reproduza o sucesso de “Os Vingadores”, a franquia que reuniu os personagens de filmes sobre Homem de Ferro, Thor e Capitão América.

Não há garantia de um sucesso do tamanho de Hulk: os personagens de “The Defenders” não são tão conhecidos do grande público quanto os que a Marvel traz em seus filmes. E, para que o projeto todo funcione, é preciso que cada seriado faça sucesso individualmente.

Depois do lançamento de “Os Vingadores”, em 2012, a Marvel analisou seu elenco de personagens, pensando em potenciais projetos para a televisão.

O Demolidor e seus aliados em Nova York pareciam estar bem equipados para encarar conflitos em escala menor.

“Se os Vingadores chegaram para salvar o universo, estes heróis vieram salvar o bairro”, explicou Jeph Loeb, diretor de televisão da Marvel e produtor executivo de “Daredevil”.

Mas não havia nada de modesto na proposta da Marvel: ela buscava uma encomenda antecipada de todas as cinco séries, sem episódios piloto.

Essa abordagem parecia excluir as redes de TV aberta como a ABC, que, como a Marvel, pertence à Walt Disney, e que transmite outros seriados da Marvel, como a aventura “Agentes da S.H.I.E.L.D.”.

O Netflix, serviço de streaming, lançou “House of Cards” com a garantia de que teria duas temporadas. E se dispôs a assumir um compromisso ainda maior com “Defenders”.

Ted Sarandos, seu diretor de conteúdo, disse que gostou dos personagens que a Marvel ofereceu porque “são todos heróis não convencionais —figuras de pé no chão, não personagens de capa e figurino de época”.

Adaptado da série em quadrinhos lançada pela Marvel em 1964, “Daredevil” é inspirado principalmente na história do personagem pós-anos 1980, quando autores e ilustradores como Frank Miller, Brian Michael Bendis e Alex Maleev ajudaram a defini-lo como um herói pragmático e durão em um mundo dominado pelo crime.

O diretor geral de “Daredevil”, Steven S. DeKnight, explicou o conflito do protagonista: “Ele vai ser o rapaz que vai crescer e resolver os problemas do mundo como advogado, ou tentar resolvê-los com os punhos?”

Por enquanto, o Netflix não quer revelar quantas temporadas dará a “Daredevil” e outros seriados com heróis da Marvel.

Charlie Cox disse que está engajado com seu personagem por muito tempo. “Se depender de mim, continuará a representar o Demolidor até os 90 anos. Não há nada que me agradaria mais fazer, mas me procure de novo quando eu estiver com 70.”

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