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Freiras na cidade de Diriamba: advogada disse que o número total de religiosas afetadas pela ditadura da Nicarágua é certamente maior, “porque 98% das estrangeiras foram expulsas do país”
Freiras na cidade de Diriamba: advogada disse que o número total de religiosas afetadas pela ditadura da Nicarágua é certamente maior, “porque 98% das estrangeiras foram expulsas do país”| Foto: EFE/Jorge Torres

A ditadura da Nicarágua, que promove uma perseguição à Igreja Católica, expulsou ao menos 65 freiras e impediu outras seis de entrar no país desde o ano passado. A informação foi divulgada pela advogada Martha Patricia Molina ao jornal nicaraguense La Prensa no último fim de semana.

Molina afirmou ao periódico que o número total de freiras expulsas ou impedidas de entrar na Nicarágua é certamente maior.

“O número de 71 freiras é simbólico, é maior porque 98% das freiras estrangeiras foram expulsas do país, e as congregações tiveram que mandar chamar as [freiras] nicaraguenses que se encontram em missão em outros continentes para cobrir essa lacuna. Mas também não estão permitindo a entrada das nicaraguenses”, afirmou a advogada, autora de um relatório sobre a perseguição à Igreja na Nicarágua.

Ela mencionou que ao menos dez congregações religiosas no país foram afetadas por essa perseguição às freiras: Dominicanas da Anunciata, Missionárias da Caridade, Monjas Trapistas, Religiosas da Cruz do Sagrado Coração, Irmãs Pobres de Jesus Cristo da Nicarágua e outras cinco, que pediram sigilo por “questões de segurança”.

Molina destacou que as expulsões ocorreram com “violência psicológica” na maioria dos casos. “Elas [freiras] estão abaladas. O sofrimento e a angústia pelos quais elas passaram têm sido inexplicáveis, ver freiras que há anos serviam ao país tendo que ir embora sem nenhuma explicação das autoridades”, afirmou a advogada.

A Nicarágua intensificou desde o ano passado a perseguição à Igreja Católica, com prisões e expulsões de religiosos do país, apropriação de bens, congelamento de contas e proibição de atividades. O ditador Daniel Ortega acusa a Igreja de tentar derrubá-lo, por ter apoiado e acolhido manifestantes dos protestos pró-democracia de 2018.

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