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Ataques contra muçulmanos ou policiais e confrontos de forças de segurança com manifestantes opostos à alta dos preços do combustível deixaram pelo menos 19 mortos desde segunda-feira na Nigéria, onde uma greve geral continuava nesta terça-feira.

Cinco pessoas morreram e mais de 10.000 fugiram depois de uma série de atos violentos contra muçulmanos desde segunda-feira na cidade de Benin City, no sul da Nigéria, onde uma mesquita foi parcialmente incendiada nesta terça, informou a Cruz Vermelha local.

Na segunda-feira, uma mesquita foi atacada em Benin, onde acontecia uma manifestação contra o aumento dos preços dos combustíveis.

Os ataques contra muçulmanos continuaram nesta terça-feira. Uma escola islâmica próxima a uma mesquita e um ônibus foram incendiados.

"Um dos prédios velhos da mesquita foi queimado e o novo, danificado", disse um responsável da Cruz Vermelha nigeriana. "Um ônibus de 32 assentos, que estava no complexo, também foi queimado", disse à AFP Dan Enowoghomwenwa, secretário geral da Cruz Vermelha no Estado de Edo, de maioria cristã.

Trata-se da primeira onda de violência contra muçulmanos no sul da Nigéria desde que os ataques contra cristãos no norte do país, majoritariamente muçulmano, se multiplicaram nas últimas semanas. Alguns deles foram reivindicados pelo grupo islamita Boko Haram.

Esta violência político-religiosa tem como pano de fundo uma forte tensão social. Desde segunda-feira, todo o país está afetado por uma greve geral contra a suspensão dos subsídios aos combustíveis, que provocaram um rápido aumento dos preços.

Oito pessoas, entre elas cinco policiais, morreram em um ataque contra um bar nesta terça-feira em Potiskum, cidade do nordeste da Nigéria, em uma região que costuma estar na mira dos ataques de Boko Haram, disseram testemunhas à AFP.

"Os policiais estavam bebendo", declarou o morador local, Miko Hamidu, que acusou membros do Boko Haram pelo ataque.

Potiskum é um dos feudos de Boko Haram e um dos epicentros da violência contra os cristãos no Estado de Yobe (norte muçulmano do país), onde foi declarado estado de emergência no dia 31 de dezembro.

Também nesta terça-feira, a polícia lançou gás lacrimogêneo e disparou para o ar em Bauchi (norte) para dispersar manifestantes no segundo dia da greve geral por tempo indeterminado, disseram moradores.

Pelo menos seis pessoas morreram em enfrentamentos com as forças de segurança no país, que é o mais populoso da África (160 milhões de habitantes).

Os sindicatos exigem que o governo restabeleça os subsídios, cuja supressão, dia 1º de janeiro, provocou um grande aumento dos preços do combustível que afeta a maior parte dos nigerianos, já que ficou mais caro para eles se deslocar ou usar geradores de eletricidade.

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