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Fúria da terra

No pior terremoto em 29 anos, mais de 150 morrem na Itália

Sismo em L´Aquila, a cerca de 100 quilômetros de Roma, e cidades vizinhas deixou pelo menos 1.500 feridos e 70 mil desabrigados

Região destruída na cidade de L´Aquila, onde foi registrado o maior número de mortos: equipes de resgate entraram a madrugada em busca de sobreviventes no meio dos escombros | Livio Anticoli/Reuters
Região destruída na cidade de L´Aquila, onde foi registrado o maior número de mortos: equipes de resgate entraram a madrugada em busca de sobreviventes no meio dos escombros (Foto: Livio Anticoli/Reuters)
Veja onde foi o epicentro do terremoto e quais os maiores tremores da Itália |

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Veja onde foi o epicentro do terremoto e quais os maiores tremores da Itália

Roma - Foram 30 segundos de pânico, seguidos por uma imensa devastação, na madrugada de ontem no centro da Itália, que danificou prédios históricos e deixou mais de 150 mortos, 1.500 feridos e 70 mil desabrigados na cidade medieval de L’Aquila e arredores, no pior terremoto a atingir o país em quase três décadas.

Cerca de 4.000 homens das equipes de resgate iriam procurar desaparecidos – que, segundo as agências de notícias, somavam 250 – durante toda a noite. Berlusconi decretou estado de emergência e foi à zona do desastre, cancelando uma viagem a Moscou. Mais tarde, ele disse que seu governo estava destinando 30 milhões de euros para assistência imediata às vítimas e afirmou que esperava uma contribuição de centenas de milhões de euros (R$ 90 milhões) de um fundo especial da União Europeia.

"Esta noite, não voltem para suas casas, isso pode ser perigoso", advertiu Berlusconi em um pronunciamento pela tevê estatal aos habitantes da região mais afetada pelo terremoto.

A maioria dos mortos foi localizada na cidade de L’Aquila, que tem 68 mil habitantes, mas algumas cidades menores foram quase totalmente destruídas. Na vila de Onna, com 250 habitantes, ao menos 24 pessoas morreram.

O terremoto atingiu mais de 10 mil imóveis – incluindo pontos turísticos.

"Tem sido um dia longo. Agora que nós sentamos aqui no nosso carro, estamos nos dando conta de tudo", disse a moradora de L’Aquila Piera Colucci enquanto se preparava para dormir em seu carro.

"Eu acordei e ouvi um som como o de uma bomba", contou Angela Palumbo, de 87 anos.

Salvo pelo celular

Um estudante desaparecido sob os escombros, em L’Aquila, foi salvo por um telefonema feito por sua irmã, que auxiliou os bombeiros a localizá-lo e salvá-lo. Poucos minutos após o abalo, o estudante, que estava preso com outros colegas sob os escombros da Casa do Estudante, conseguiu atender o telefonema da irmã e deu indicações sobre sua localização.

O sismo foi o pior, em número de mortes, dos últimos 29 anos. O maior, antes, era o de 23 de novembro de 1980, no sul do país, que chegou a 6,5 graus na escala Richter e matou 2.735 pessoas. L’Aquila é a capital da região de Abruzzo e fica em um vale cercado pelos Montes Apeninos. O tremor aconteceu às 3h32 de ontem (22h32 de domingo, em Brasília).

Ontem era praticamente impossível chegar a L’Aquila: a rodovia principal foi fechada, e as estradas secundárias estão sendo utilizadas pelo Exército, a Proteção Civil e a Cruz Vermelha. O aeroporto de Pescara, o único de Abruzzo, está fechado e só pode ser usado para socorro. A ferrovia está funcionando para transporte de material médico e alimentício, e os trens foram requisitados para serem transformados em dormitórios de emergência.

Há divergências sobre a magnitude do terremoto. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, o tremor atingiu 6,3 graus na escala Richter, enquanto o Instituto Nacional de Geofísica da Itália afirma que a magnitude foi de foi 5,8 graus. De acordo com a escala Richter, os tremores entre 5,5 e 6,0 ocasionam pequenos danos em edificações. Entre 6,1 e 6,9 podem causar danos graves em regiões muito populosas.

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