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Dilemas da vida artificial

Nobel de Medicina critica concessão de patente ao cientista que criou célula artificial

John Sulston foi um dos pesquisadores que ajudou a sequenciar o genoma humano. Célula criada abriu uma polêmica filosófica e religiosa

O começo da experiência para a criação da vida artificial | Divulgação
O começo da experiência para a criação da vida artificial (Foto: Divulgação)

O cientista britânico John Sulston, prêmio Nobel de Medicina em 2002 e um dos pesquisadores que ajudou a sequenciar o genoma humano há dez anos, criticou a possibilidade de o pesquisador Craig Venter patentear a célula controlada por genoma sintético - a primeira forma de vida artificial - e com isso ter o monopólio da engenharia genética. Segundo Sulston, isso seria um obstáculo à pesquisa na área de engenharia genética.

Sulston e Venter já entraram em conflito antes, quando foi necessário registrar a propiedade intelectual da sequência do genoma humano em 2000. Venter, à frente de um grupo privado, tentou conseguir a exclusividade dessa informação, e Sulston, ao lado de um projeto público, afirmou que os dados do genoma humano deveriam ser acessíveis a todos os cientistas. Na opinião de Sulston, que trabalha na Universidade de Manchester, a concessão de patentes seria "extremamente perigosa".

A polêmica sobre a criação da vida artificial já começou na semana passada, quando o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu a seus conselheiros especializados em biotecnologia para analisarem as consequências e as implicações da nova técnica. Ao criar um organismo que se autorreplica, Venter chegou muito perto de decifrar as origens da vida e dessacralizou a questão, e abriu também a polêmica filosófica e religiosa. Autoridades da Igreja Católica disseram que a criação da primeira célula artificial em laboratório pode ser algo positivo, se usado corretamente. Mas advertiram que apenas Deus cria a vida.

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