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Pessoas deixam homenagens para as vítimas do ataque a bomba e massacre a tiros da última sexta-feira, na Noruega, em frente à Catedral de Oslo | Reuters
Pessoas deixam homenagens para as vítimas do ataque a bomba e massacre a tiros da última sexta-feira, na Noruega, em frente à Catedral de Oslo| Foto: Reuters

A polícia norueguesa encerrou nesta quinta-feira a busca por corpos na ilha onde o atirador antiislâmico Anders Behring Breivik matou 68 pessoas e informou que estava cada vez mais certa de que ele agiu sozinho.

Breivik, de 32 anos, matou no total 76 pessoas em um ataque a bomba na região central de Oslo seguido pela chacina na ilha, no acampamento de verão do braço jovem do Partido Trabalhista, do governo.

"A busca na ilha de Utoeya foi concluída", disse o comandante da polícia Johan Fredriksen numa entrevista coletiva.

A busca por corpos no lago Tyrifjord, nas redondezas, continua. A polícia recebeu uma série de ameaças de bomba, mas nenhuma foi considerada digna de crédito, afirmou Fredriksen.

A polícia tentava ajudar os noruegueses a voltarem à normalidade após o trauma do pior ataque da história moderna do país.

"No geral, estamos tentando ficar visíveis ao público para tentar contribuir para a sensação de segurança", afirmou ele.

O procurador-geral Tor-Aksel Busch disse que o julgamento de Breivik não ocorrerá antes de 2012 e as acusações poderão incluir crimes contra humanidade, além das acusações de terrorismo.

"Esperamos poder promover um julgamento na corte distrital durante o ano que vem", disse ele à emissora pública NRK.

Vestido com um uniforme policial, Breivik massacrou os jovens presos na ilha e atirou naqueles que tentaram fugir a nado a cerca de 500 metros de distância, levando as autoridades a crer que alguns podem ter se afogado.

A polícia publicou o nome de mais 24 mortos na quinta-feira, elevando o número total de vítimas identificadas para 41. Muitos eram adolescentes.

Breivik disse à polícia que fazia parte de uma rede no que auto-intitulou de "cruzada" contra o Islã e o multiculturalismo, mas as autoridades norueguesas duvidam disso.

"Temos de considerar essa possibilidade, mas neste momento não temos indicação disso", afirmou o advogado da polícia Paal-Fredrik Hjort Kraby. "Ele disse, que no manifesto dele, estava sozinho e ele estava tentando descobrir se isso está certo."

A polícia interrogará Breivik na sexta-feira pela segunda vez depois da prisão. A investigação será feita em cooperação com outros países europeus e com os Estados Unidos.

"ALERTA CLARO" PARA A EUROPA

O risco de ataques inspirados nesse permanece baixo, disse a polícia, embora o massacre tenha ocorrido em meio a um aumento no sentimento anti-imigrantes na Europa, enquanto os países tentam conter a crise da dívida e reviver suas economias.

"A Europa recebeu um alerta claro da Noruega," escreveu Thorbjoern Jagland, ex-primeiro ministro da Noruega que agora está à frente do comitê do Prêmio Nobel da Paz e secretário-geral do Conselho da Europa, com sede em Strasburgo.

"É possível que Breivik tenha operado completamente sozinho. Mas temo que ele pode ter dado início a uma nova tendência. Enquanto todos estivemos preocupados com os muçulmanos e o Islã radical, permitiu-se que isso se desenvolvesse silenciosamente," escreveu Jagland em um artigo intitulado "O racismo na Europa," publicado no diário Aftenposten.

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