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A nova cirurgia à qual o presidente venezuelano, Hugo Chávez, será submetido, segundo ele na mesma região de onde foi retirado um tumor cancerígeno em 2011, abriu nesta quarta-feira (21) um novo período de incerteza no país, antes das eleições de outubro nos quais busca a reeleição.

Chávez viajará a Havana nesta semana para que os mesmos médicos que lhe operaram de um tumor em junho do ano passado extraiam uma "lesão" que tem uma "alta" probabilidade de ser cancerígena, segundo afirmou na terça-feira (21). O presidente é o único autorizado a falar publicamente do tema de seu câncer, do qual assegurou ter se recuperado em outubro.

A "lesão", de quase dois centímetros de diâmetro, foi detectada durante exames médicos no sábado em Havana, disse o presidente, que até agora não revelou a natureza nem a localização do câncer.

O presidente não informou o momento exato da operação e prevê liderar um ato em seu apoio na quinta-feira no teatro Teresa Carreño, um dos principais de Caracas, segundo uma convocação da Presidência.

Chávez, 57 anos, não utilizou a palavra "tumor" para descrever esse mal que pode ser "benigno ou maligno" e negou sofrer de metástase, ou seja, uma reprodução do câncer em outros órgãos do corpo.

Segundo explicou à AFP o oncologista Carlos Dzik, do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, pode se tratar de um "fenômeno no qual o tumor inicial foi retirado, mas por alguma razão, células deste tumor que contaminavam a região não foram retiradas e voltam a crescer depois de certo tempo. É o que chamamos de recorrência local do tumor".

No poder desde 1999 e aspirante a um terceiro mandato, o presidente entrou na disputa eleitoral na semana passada, depois que a oposição elegeu nas primárias de 12 de fevereiro seu candidato único, o governador Henrique Capriles Radonski, para as eleições de 7 de outubro.

Ao anunciar sua nova doença, o presidente admitiu que caso esta seja maligna, entrará em nova fase "de radioterapia focada" e que isso prejudicaria sua agenda antes das eleições.

Mas "independente de meu destino pessoal, a revolução (socialista) já tem seu impulso e nada nem ninguém poderá detê-la", disse Chávez, que continua gozando de uma alta popularidade, 13 anos depois de sua chegada ao poder.

Para o presidente da empresa Datanalisis, Luis Vicente León, esta nova complicação da saúde do chefe de Estado "pode gerar um efeito temporário de solidariedade popular", mas ele deverá buscar "novas ideias, compensadores" de sua doença antes das eleições.

É possível que tente "mudar a força de sua liderança pela simbologia de sua revolução", apontando também alguns apoiadores como potenciais sucessores, disse o analista.

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