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Baltimore

Nova onda de protestos revive crise racial nos EUA

Confrontos tiveram início após morte de jovem negro sob custódia da polícia. Obama diz que país precisa fazer “exame de consciência”

Manifestantes se colocam na frente dos veículos da polícia durante protesto em Baltimore. | Jim Bourg/Reuters
Manifestantes se colocam na frente dos veículos da polícia durante protesto em Baltimore. (Foto: Jim Bourg/Reuters)

Após uma nova onda de protestos que terminou de forma violenta na cidade de Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, o presidente Barack Obama se pronunciou e afirmou que a crise levanta “perguntas preocupantes” e que o país precisa fazer um exame de consciência não só sobre a polícia, mas sobre as causas da pobreza e da criminalidade entre os jovens.

Os confrontos tiveram origem com a morte do jovem negro Freddie Gray, ainda em circunstâncias não tão claras, quando estava sob a custódia policial.

“Vimos muitas instâncias do que parecem ser policiais interagindo com indivíduos, principalmente afro-americanos, frequentemente pobres, de formas que levantam perguntas preocupantes”, disse Obama em entrevista coletiva.

O presidente lembrou que, desde os distúrbios em Ferguson, no estado do Missouri, pela morte de um jovem negro por um policial branco em agosto de 2014, a tensão cresceu e agora há protestos em várias comunidades do país. “O que eu diria é que isto foi uma crise que se desenvolveu lentamente. Isto está acontecendo há muito tempo. Isto não é novo, e não deveríamos fingir que é novo. Isto está acontecendo há décadas”, indicou.

Obama lembrou que criou um grupo de trabalho para reconstruir a confiança na polícia e trabalhar com essas agências de segurança para que mudem a si mesmas. “Mas não podemos deixar isto unicamente para a polícia. Acho que há departamentos de polícia que têm que fazer um exame de consciência. Acho que há algumas comunidades que têm que fazer um exame de consciência. Mas principalmente acho que nós, como país, temos que fazer um exame de consciência”, declarou.

“Sem desculpar as atividades criminais nestas comunidades, se temos comunidades empobrecidas e despojadas de oportunidades, onde as crianças nascem na extrema pobreza, cujos pais não podem cuidar deles, é mais provável que esses jovens acabem na prisão ou mortos em vez de irem à universidade”, acrescentou. Nessas comunidades, continuou, “não há investimento e a indústria das drogas acaba sendo o principal empregador para muita gente”.

“Se acharmos que nesses entornos bastará enviar a polícia a fazer o trabalho sujo de conter os problemas, sem dizer, como nação e como sociedade, o que podemos fazer para mudar essas comunidades para dar oportunidades a esses meninos, não vamos resolver este problema”, advertiu o presidente.

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