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Em vídeo divulgado na manhã desta segunda, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, defendeu as novas medidas de sua gestão frente à crise econômica  | HO/AFP
Em vídeo divulgado na manhã desta segunda, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, defendeu as novas medidas de sua gestão frente à crise econômica | Foto: HO/AFP

O governo argentino anunciou, na manhã desta segunda-feira (3), um pacote de medidas na tentativa de estabilizar a economia, que vem sofrendo nos últimos cinco meses "uma tormenta", nas palavras do presidente Mauricio Macri, na qual a moeda nacional perdeu 50% de seu valor e a taxa de juros subiu para 60%.

Com o objetivo de adiantar o cronograma de redução do déficit fiscal para zero, previsto para 2020, já para o próximo ano, a administração Macri anunciou um novo imposto às exportações, que custará 4 pesos para cada dólar nos produtos primários e 3 pesos para cada dólar no restante. Em um vídeo de mais de 20 minutos publicado na manhã desta segunda-feira, o presidente reconhece que esta medida é ruim para o país, mas a defendeu afirmando que o caminho que considera correto "não é linear, é necessário fazer os ajustes de modo mais rápido do que queríamos".

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O governo também informou que haverá um corte de 4% nos gastos da administração pública e que o gabinete ministerial será reduzido pela metade: Fazenda vai incorporar Energia; os ministérios de Ciência e Cultura serão integrados ao de Educação; Agroindústria e Trabalho responderão ao ministério de Produção; e a pasta de Saúde será integrada ao ministério de Desenvolvimento Social; Meio Ambiente e Turismo se tornarão secretarias ligadas ao gabinete presidencial. A reforma manteve sem mudanças os ministérios de Defesa, Transporte, Segurança, Interior, Justiça e Relações Exteriores. A pasta Modernização foi extinta, mas o ex-ministro Andrés Ibarra foi mantido no governo e assumirá como vice-chefe de gabinete.

O presidente justificou o novo momento dizendo que a seca deste ano, a conjuntura internacional com a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a corrupção herdada do governo anterior "levantou dúvidas entre os que nos emprestavam dinheiro para nos ajudar a atravessar este rio. Por isso agimos rápido e buscamos o FMI, que nos tem dado total respaldo". Também reconheceu que "nós também erramos, ao deixar um pouco de lado a preocupação com a política fiscal. Agora fomos pegos de surpresa pelo novo contexto internacional, que nos agarrou sem que tivéssemos ainda ajustado nossas contas internas".

Macri ainda pediu confiança da sociedade, lembrando que "durante dois anos fomos bem, freamos o caminho que nos levaria a ser como a Venezuela, crescemos, criamos emprego, construímos obras de infraestrutura. Mas agora a situação é outra e precisamos fazer novos esforços e sacrifícios".

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Na sequência, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, apresentou o novo imposto às exportações e o adiantamento do cronograma para reduzir o déficit fiscal para zero em 2020, que envolve outras cinco medidas: ingressos adicionais de renda de propriedades (de empresas públicas, por exemplo), redução de investimentos públicos, corte de subsídios às províncias, corte dos gastos do Estado com remunerações de pessoal e congelamento de novas contratações e de salários na administração pública, e novos investimentos em benefícios sociais para moderar os efeitos da recessão para a população menos favorecida.

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