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Uma nova vacina se mostrou eficaz na proteção de nove entre dez mulheres contra o câncer cervical ligado a duas cepas do papilomavírus (HPV), de acordo com estudo publicado nesta quinta-feira.

Os tipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por 70% dos casos de câncer no mundo, ou seja, cerca de 500.000 por ano, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Se não for tratado, o câncer cervical é invasivo e quase sempre fatal.

Nos testes, mais de 9.000 mulheres foram vacinadas com drogas experimentais. No estudo, um grupo de controle recebia vacina para Hepatite A.

Em um período de observação de mais de 15 meses, a droga mostrou uma eficácia de 90,4% contra o tipo de lesões pré-cancerígenas, as precursoras do câncer cervical.

"A vacina é efetiva, bem tolerada e imunogênica" - o que significa que é capaz de produzir resposta imunológica - "numa grande população de mulheres adultas jovens", disse Jorma Paavonen, professor da Universidade de Helsinki que liderou o estudo.

Os efeitos colaterais foram mínimos, afirmou a pesquisa.

A droga que está sendo testada ainda não está disponível no mercado. Ela será vendida sob o nome de Cevarix e será produzida pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline, que financiou o estudo.

Uma droga similar produzida pela americana Merck, Gardasil, também protege contra o HPV 16 e 18 e sua venda já foi aprovada em muitos países.

Mais da metade das mulheres vacinadas na fase III das experiências eram da Filândia, a outra metade vinha de outros 13 países, inclusive de nações em desenvolvimento, onde 90% dos novos casos acontecem.

"A vacina não é terapêutica, mas profilática", disse Paavonen por telefone, explicando que a droga não é eficaz em mulheres cujo exame deu positivo para os dois tipos do vírus.

Mas as que foram expostas apenas a uma cepa do vírus, 16 ou 18, poderiam se proteger da outra, e ainda aquelas que foram expostas aos dois "receberam uma proteção cruzada das outras variações", disse ele.

O cervical é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, e, segundo projeções da UNFPA, o número de mortes deve aumentar 25% nos próximos 10 anos.

No início deste mês, o governo britânico deu passos em direção à vacinação de meninas de 12 anos contra o vírus sexualmente transmissível, uma medida que pode ser implementada até o próximo ano.

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