
A cidade que não pode parar, onde a pressa impera e o transporte coletivo é rei, ganhará no mês que vem seu sistema de compartilhamento de bicicletas, semelhante ao que já existe em metrópoles como Paris, Londres e Rio de Janeiro.
Serão 600 estações e 10 mil bicicletas, inicialmente em Manhattan e no Brooklyn, convidando moradores e visitantes a aderir a uma opção que já se consolidou em cidades norte-americanas como São Francisco e Boston.
Adeptos da bicicleta apostam em uma revolução. Nova York tem mais de mil quilômetros de ciclovia, mais da metade construída nos últimos dez anos. Mas as polêmicas já começaram pelo preço: US$ 9,95 (cerca de R$ 20) por dia de uso, sendo que cada viagem deve ter, no máximo, 30 minutos. O valor é bem mais alto que o de Londres, por exemplo, de 1 libra (US$ 1,55, ou R$ 3).
"A ideia é incentivar as pessoas a usarem bicicletas para trajetos curtos. Quem comprar o passe anual, de US$ 95, pagará só US$ 0,26 por dia" diz Caroline Samponaro, diretora da ONG Transportation Alternatives.
A secretária municipal de Transportes, Janette Sadik-Khan, argumenta que o sistema de compartilhamento de Nova York é o primeiro a funcionar sem subsídio do governo, ponto fundamental em época de cortes em orçamentos.
Robustas, as bicicletas têm três marchas, nenhuma para alta velocidade. Uma vantagem para o programa, que deve atrair todos os tipos de pessoas e contribuir, segundo a ONG, para uma queda ainda mais acentuada nos acidentes, que diminuíram pela metade nos últimos quatro anos.



