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Garota exibe cartaz com nomes de negros mortos por policiais | Andrew Kelly/Reuters
Garota exibe cartaz com nomes de negros mortos por policiais| Foto: Andrew Kelly/Reuters

Prefeito diz que relação entre polícia e minorias precisa mudar

Estadão Conteúdo

O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, afirmou ontem que os EUA precisam mudar a relação entre autoridades policiais e as comunidades. Ele se recusou, contudo, a dizer se concordava com a decisão de um júri popular de Staten Island de não condenar um policial pela morte de Eric Garner. Blasio declarou apenas que respeita o processo judicial.

Em participação no programa This Week da rede de televisão ABC, Blasio destacou que a morte de Garner e outros episódios semelhantes em Ferguson, Cleveland e Ohio mostram a necessidade de um debate nacional mais amplo sobre as ações dos agentes da lei e suas interações com as minorias.

De acordo com o prefeito, a polícia de Nova York está conduzindo suas próprias investigações sobre o caso, além de cooperar com as investigações federais.

Descontentamentos provocados pela decisão judicial provocaram protestos pelo país. Manifestantes bloquearam vias principais na cidade de Nova York, em Washington e em outras grandes áreas urbanas.

O ativista de direitos humanos Al Sharpton afirmou que está planejando uma marcha em Washington no sábado, 13, com os familiares de Garner, Michael Brown, baleado por um policial em Ferguson, e Trayvon Martin, morto por um segurança de bairro na Flórida.

Nova York viveu ontem o quinto dia de manifestações contra o uso excessivo da força policial com as minorias, depois de 13 prisões em uma noite de protestos violentos em Berkeley, Califórnia, e em Seattle.

Confrontos na costa Oeste dos Estados Unidos contrastaram com manifestações relativamente calmas no sábado em uma chuvosa Nova York, depois do funeral de um homem negro que estava desarmado e foi morto a tiros por um policial branco na escadaria de um prédio de apartamentos no Brooklyn.

O domingo teve novos protestos em Nova York, Chicago, Filadélfia, Miami e Minneapolis e em dezenas de outras cidades.

Em Berkeley, na noite de sábado, um homem quebrou a janela de uma loja com um skate e outros saquearam o estabelecimento, conforme mostrou vídeo da KTVU-TV. Pelo menos duas outras lojas foram saqueadas, disse a oficial Jennifer Coats do Departamento de Polícia de Berkeley.

A polícia foi bombardeada por mísseis de um grupo dissidente de manifestantes e usou gás lacrimogêneo, disse Coats. Um oficial atingido por um saco de areia teve um ombro deslocado, disse ela. Vários veículos da polícia foram danificados e seis pessoas foram presas.

Em Seattle, os manifestantes atiraram pedras e atacaram a polícia que os impedia de marchar para a State Route 99, resultando em sete prisões, disse o detetive de Seattle Patrick Michaud.

Indignação

A morte a tiros de Akai Gurley, 28, numa área habitacional no Brooklyn no mês passado, foi a última de uma série de incidentes que elevaram a indignação dos manifestantes que consideram que a polícia usa de força excessiva contra os afro-americanos.

As manifestações começaram na quarta-feira, 3, depois que um grande júri decidiu não indiciar Daniel Pantaleo, um policial de Nova York, pela morte em julho de Eric Garner, um pai de seis filhos de 43 anos de idade.

Essa decisão foi anunciada nove dias depois de um grande júri no Missouri não indiciar um policial branco pela morte em agosto de um adolescente negro desarmado, estimulando duas noites de violência em St. Louis.

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